O Bloco de Esquerda considera que o primeiro-ministro está «fechado na sua obstinação», «incapaz» de «reconhecer os erros» e de «qualquer diálogo com o país», qualificando a entrevista de Pedro Passos Coelho à RTP como «pior do mesmo».
«É um primeiro-ministro fechado na sua obstinação, não reconhecendo qualquer erro, incapaz de tomar qualquer diálogo com o país», disse o líder parlamentar do BE, Luís Fazenda, numa declaração aos jornalistas feita no Parlamento.
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O dirigente do Bloco sublinhou que Passos Coelho, durante a entrevista de mais de uma hora que deu nesta quinta-feira à televisão pública, não «reconheceu nenhum erro» e insistiu em «não alterar nada em relação à troika, à política que Portugal tem seguido junto dos credores internacionais».
«E como tal, isto foi mais do mesmo e é pior do mesmo. É cada vez pior do mesmo», sublinhou Luís Fazenda.
Para o líder parlamentar do BE, o primeiro-ministro devia ter reconhecido «o fracasso da receita da troika [Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional]» e «o erro da alteração da Taxa Social Única», por ser «uma transferência direta do trabalho para o capital» que é «imoral e irracional».
Por outro lado, acrescentou, «o primeiro-ministro não explicou a derrapagem orçamental» e «inclusivamente ameaçou com outras medidas de austeridade para o futuro».
«O senhor primeiro-ministro, de facto, o que hoje conseguiu fazer foi um incentivo extraordinário às mobilizações sociais e às mobilizações populares, que se anunciam, de contestação a esta política do Governo e uma tentativa de que o povo português consiga que este Governo vá embora», acrescentou.
Segundo Luís Fazenda, só com a substituição do executivo Portugal pode «ter a esperança de renegociar a dívida», de «rasgar» o acordo assinado com os credores internacionais e de «encontrar caminhos alternativos de desenvolvimento».
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