As restrições que os bancos têm estado a aplicar na concessão de crédito, sobretudo quando este é de alto risco, vão alargar-se progressivamente, mesmo a créditos com riscos menores, alerta o Banco de Portugal (BdP) no Boletim Económico da Primavera.
«A dificuldade acrescida em obter financiamento no mercado monetário interbancário, nos mercados de dívida titulada ou através de operações de titularização de activos (traduzida em termos de menores volumes, menores prazos residuais ou preços mais elevados) estará a induzir, desde o terceiro trimestre de 2007, uma alteração na política de crédito das instituições, nomeadamente no sentido de um agravamento das condições de financiamento do sector privado não financeiro», refere o BdP.
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Acresce que, associadas a esta evolução estiveram revisões em baixa das expectativas quanto à evolução económica em geral e quanto à evolução no mercado da habitação.
Assim, e de acordo com os resultados do inquérito realizado aos cinco grupos bancários portugueses integrados na amostra do Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito, «os critérios aplicados na aprovação de empréstimos a empresas e a particulares ter-se-ão tornado claramente mais restritivos desde o terceiro trimestre de 2007», nomeadamente um aumento dos spreads de taxa de juro, inicialmente mais relevante nos empréstimos de risco mais elevado, mas que se «terá alargado posterior mente aos empréstimos de risco médio, em reduções da maturidade, maiores exigências de garantias, bem como em restrições nos montantes e nas condições não pecuniárias».
«Este agravamento nas condições de concessão de empréstimos é susceptível de vir a traduzir-se numa moderação do crescimento deste agregado», alerta o Banco.
O BdP diz mesmo que existem já algumas indicações do início deste ano de que as taxas de juro bancárias activas relativas a novas operações terão começado a incorporar spreads de taxa de juro mais elevados.
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