Esta é a perspectiva para Portugal que consta das Previsões de Outono da Organização para a Cooperação e Crescimento Económico (OCDE).
«A economia portuguesa saiu da recessão em 2004, impulsionada pelas exportações e pela procura privada interna. O crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) deverá recuperar e atingir os 2,75% em 2006. De qualquer modo, a economia não deverá estar a funcionar no seu potencial no fim do período de projecções (2006)», afirma o relatório da organização para o nosso país, acrescentando que, por isso mesmo, a inflação, quando comparada com a da Zona Euro, deve permanecer baixa.
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«A consolidação fiscal continua a ser um desafio para o Governo português. A dependência em grandes medidas não recorrentes para manter o défice abaixo dos 3% do PIB tornou-se numa norma desde 2002. Estas medidas extraordinárias devem ser substituídas por um rígido controlo da despesa (pública)», diz ainda a entidade.
A OCDE exorta ainda o Governo português a avançar com as reformas estruturais necessárias, dizendo mesmo que «a implementação de reformas já aprovadas deve ser acelerada».
Sobre a situação do sistema de Segurança Social, diz a OCDE que «também é necessária uma reforma radical do sistema de pensões, para assegurar a sustentabilidade de longo prazo das finanças públicas».
Em números, a OCDE espera que o consumo privado cresça 2% este ano, 1,9% em 2005 e 2,6% em 2006, enquanto que o consumo público deve aumentar 0,5% em 2004 e 2005 e 0,9% em 2006.
O investimento deverá crescer 2,6%, 4,9% e 6,9% ao longo dos três anos, sendo que as importações deverão registar crescimentos de 7,1%, 5,5% e 6,4% e as exportações 7,3%, 6,1% e 6,2%.
No conjunto, a economia nacional, depois de um crescimento de 1,5% este ano deverá crescer mais 2,2% no ano que vem e 2,8% no ano seguinte.
A inflação deverá desacelerar de 2,5% para 2% no ano que vem e para 1,8% em 2006, mas a pior notícia destas previsões é que o desemprego vai voltar a aumentar em 2005, passando a taxa dos 6,3% esperados neste ano, para 6,5% em 2005 e só depois descendo para 6,1% em 2006.
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