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Pedroso: duas razões para ter sido implicado

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Ex-deputado nega manchas nas nádegas e diz que nunca fez pressões

«O uso de uma fotografia pouco "nítida" no álbum» e as declarações de Catalina Pestana são as duas razões que Paulo Pedroso encontra para o seu nome ter sido envolvido no processo da Casa Pia.

Em depoimento feito hoje no Tribunal de Monsanto, Paulo Pedroso referia-se a declarações da ex-provedora da Casa Pia que terá dito que alguns «jovens estavam a receber euros para alterar testemunhos».

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Perante a questão dos «euros», José Maria Martins, advogado de Carlos silvino, lembrou a testemunha das declarações do ex-motorista da Casa Pia e perguntou-lhe se também «Bibi» tinha sido pago para referir o seu nome. O ex-deputado socialistas disse que «não sabia». Maria Martins perguntou então se alguma vez tinha tido algum conflito com Silvino para este referir o seu nome. Mais uma vez, Pedroso respondeu: «Não». «Por que o fez Bibi, então?». «Não tenho justificação», afirmou o socialista, acrescentado, no entanto, que, tal como às testemunhas, também lhe tinha colocado um processo de difamação.

Durante a sessão do julgamento, José Maria Martins confrontou a testemunha com várias escutas constantes do processo. Eram conversas entre altos dirigentes do PS onde se «apelava à pressão» ou se definiam estratégias junto de pessoas bem colocadas na sociedade. Paulo Pedroso garantiu sempre que «nunca fez pressões, nem pediu a ninguém para as fazer em seu nome» e que o melhor era o advogado questionar directamente os intervenientes das escutas.

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Manchas nas nádegas

Uma questão que deixou Paulo Pedroso visivelmente irritado foi feita por Maria Martins. O advogado quis saber se este alguma vez tinha feito uma «operação em Coimbra». «Nunca fiz uma intervenção cirúrgica, logo nunca fiz uma operação em Coimbra», respondeu o ex-ministro.

Também o Ministério Público questinou Paulo Pedroso sobre «alterações melanicas» e manchas «hiper-pigmentadas» castanhas que um exame médico «encontrou» nos «glúteos» da testemunha e que eram visíveis através de luz ultravioleta.

O ex-deputado alegou que o seu médico assistente garante que as manchas eram «avermelhadas», resultantes «do frio» que se fazia sentir, e «não eram visíveis», ao contrário do referido por algumas testemunhas do processo.

No final das suas questões, Maria Martins requereu ainda uma acareação entre a testemunha e o seu cliente, mas o pedido não foi aceite. O tribunal não considerou que a diligência pudesse ser «útil ou contribuisse para a descoberta da verdade» neste momento.

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«O Pedroso não escapa e o Ferrinho também não»

Quando foi questionado pelo advogado de Carlos Cruz, Sá Fernandes, Pedroso recordou a primeira vez que se falou da sua ligação ao processo. Foi dois meses antes de ser detido (final de Maio), após a mulher de Ferro Rodrigues ter ouvido um colega de trabalho, no Ministério da Economia, dizer que queriam «tramá-los». Na altura, não ligou e até se riu, contou em tribunal.

Depois é o seu colega de partido, Simões de Almeida, que o avisa dos comentários feitos por um magistrado, Trigo Mesquita, sobre o processo: «O Pedroso não escapa e o Ferrinho também não», recorda. Só então achou que podia ser sério e enviou uma carta pedindo acesso aos autos na tentativa de «saber o que se estava a passar».

O ex-deputado socialista confirmou ainda a existência de uma reunião entre Ferro Rodrigues e Saldanha Sanches, no Largo do Rato, a pedido deste último. Aí, o então secretário-geral do PS foi informado de que o seu nome constava no processo, tal como o nome de outros socialistas.

No entanto, Pedroso garantiu desconhecer como as referidas pessoas tiveram acesso a dados da investigação quando esta ainda estava em segredo de justiça.

O advogado das vítimas, Miguel Matias, fez questão de referir que os processos levantados pelo ex-deputado aos jovens que referiram o seu nome não levaram, até ao momento, «a nenhuma acusação» e em todos a decisão foi de «não pronúncia».

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