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Amigo de Ritto nega lenocínio

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Mas diz ter conhecimento das relações do embaixador com rapazes

António Jaime Brito, amigo de Jorge Ritto, negou hoje, em julgamento, ter «angariado» rapazes para práticas sexuais com o embaixador, mas admitiu conhecer as suas «preferências» e alguns dos menores com quem o diplomata alegadamente se relacionava.

António Jaime Brito, funcionário administrativo da Câmara Municipal de Lisboa, é um dos três arguidos que hoje começaram a ser julgados no Tribunal da Boa-Hora, Lisboa, por lenocínio (favorecimento da prostituição).

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«Tó Jaime», como era alegadamente conhecido entre os menores casapianos que se prostituíam no Parque Eduardo VII, é acusado de três crimes de lenocínio, por ter facilitado e contribuído para que rapazes menores alegadamente participassem em actos sexuais com o embaixador Jorge Ritto, que está a ser julgado por crimes de abuso sexual de menores no mega-processo Casa Pia.

De acordo com a acusação do Ministério Público, António Jaime frequentava o Parque Eduardo VII para aliciar jovens para encontros sexuais com o embaixador ou levava o diplomata a locais onde poderia contactar os rapazes, menores de idade.

Os outros dois arguidos, Mário Telmo Araújo e Márcio Correia da Silva, acusados de lenocínio agravado, este último irmão de dois rapazes que o Ministério Público afirma terem sido abusados pelo embaixador, faltaram à primeira sessão.

Depois de ouvir a acusação do juiz presidente do colectivo, Nuno Coelho, o arguido António Jaime Brito negou os factos que lhe são imputados, mas admitiu ser amigo de Jorge Ritto e conhecer o também arguido Márcio Correia da Silva, adiantando que este último «teve uma relação com o embaixador» e que uma vez lhe «entregou dinheiro (cinco mil escudos) a pedido do embaixador».

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O arguido confirmou que tinha uma relação de confiança com o diplomata, a quem tratava da casa, pagava despesas e ia buscar e levar ao aeroporto.

Negou, porém, ter «alguma vez angariado menores» para satisfazer sexualmente o embaixador.

«Conheci o arguido Mário Telmo Araújo porque teve uma relação com o embaixador. Eu sabia das suas preferências sexuais», afirmou.

O arguido admitiu ainda ter conhecido «vários rapazes que estavam na casa de Jorge Ritto quando lá ia levar roupa que era tratada pela mulher».

Depois de uma interrupção de dez minutos devido ao barulho das obras que decorrem no Tribunal da Boa-Hora, foi a vez de uma das testemunhas de acusação afirmar que não conhecia os arguidos, apenas Jorge Ritto e outra das testemunhas, que hoje faltou e que alegadamente frequentou o Parque Eduardo VII em Julho de 1996 ou de 1997.

A testemunha, de 27 anos e ex-aluno da Casa Pia, confirmou que conheceu o embaixador Jorge Ritto no Parque Eduardo VII e que conhecia a outra testemunha de acusação «desde a infância e pela alcunha».

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Um dos menores alegadamente abusado sexualmente por Jorge Ritto, actualmente com 21 anos, foi a segunda e última testemunha a ser hoje ouvida.

O rapaz, irmão de um dos arguidos, recusou-se a falar do seu familiar, dizendo que conhecia os arguidos António Jaime Brito e Mário Telmo «apenas de nome».

Mostrando-se bastante constrangido, a alegada vítima confirmou ter tido vários encontros sexuais com Jorge Ritto e recebido dinheiro em troca.

Uma das vezes «o motorista» de Jorge Ritto transportou-o a casa, mas a testemunha não identificou a pessoa como sendo António Jaime Brito.

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