Portugal perde menos investimento estrangeiro que resto da Europa - TVI

Portugal perde menos investimento estrangeiro que resto da Europa

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Países emergentes deixam UE para trás

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Portugal conseguiu manter a 15ª posição no ranking de atracção de investimento estrangeiro directo em 2007 no grupo da União Europeia, mas acompanhando a queda generalizada dos destinos europeus, ultrapassados por economias emergentes, sobretudo asiáticas. Ainda assim, um estudo da AT Kearney mostra que a queda de Portugal não foi tão significativa como a do resto da Europa, nomeadamente Espanha.

«Fiquei positivamente surpreendido com Portugal face à queda generalizada», referiu o responsável pelo estudo e director sénior do conselho de política empresarial global da consultora, Martin Walter, que acredita que no próximo ranking o país vai até conseguir avançar algumas posições.

Investidores querem continuar no país

De acordo com a AT Kearney, as notícias para Portugal são «promissoras» uma vez os investidores estrangeiros «continuam a acreditar no interesse de canalizar capitais para o país». «Por exemplo, os EUA já preferem Portugal a outros países como Áustria, Suécia ou Suíça. Já para os asiáticos, é melhor investir aqui do que a Áustria ou a Noruega e, mesmo para os próprios europeus, melhor que na Áustria, Suécia e até Espanha.

«Mantemos a posição de 2005 no contexto da EU, à frente de países como Áustria, Dinamarca, e Noruega e mesmo da Eslováquia e Eslovénia. Actualmente, Portugal está em 48º na preferência dos investidores asiáticos, em 49º nos investidores europeus e em 42º para os norte-americanos», concluíram.

A verdade é que, dos 27 países da UE, apenas o Reino Unido, Alemanha e França mantiveram as suas posições no ranking de 2007 inalteradas. Espanha caiu do 17º para o 35º e foi uma das maiores perdas de lugar dentro do grupo. É neste cenário que Portugal ficou em 46ª posição, caindo apenas 7 lugares face ao 39º que ocupava em 2005.

País tem que melhorar qualificação de mão-de-obra, fiscalidade e eficácia administrativa

A consultora realça que há melhorias de condições para atrair investimento para Portugal, ainda que «insuficientes». «A melhoria deve-se às recentes reformas implementadas no país. No entanto, ainda não temos um eficiente regime fiscal e temos mão-de-obra inqualificada», sustenta o director sénior. Para o mesmo, neste momento, as áreas com mais oportunidades são os «serviços, sector financeiro e de estruturas». E estas reformas podem mesmo valer ao país ultrapassar vários outros europeus, como Suécia ou Grécia.

Quanto a perspectivas para este ano, Martin Walter está positivo e sublinha que se os EUA continuarem a passar por um período de crise, e mesmo se se verificar uma recessão, as grandes empresas norte-americanas vão querer investir fora para manterem os seus ganhos.

Relativamente a uma recessão dos EUA, o responsável é céptico. «Acho pouco provável, excepto se forem tomadas más medidas», afirmou, sugerindo que um excessivo proteccionismo poderia aqui significar a queda do império norte-americano.
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