Previsões «não podiam ser mais negativas», diz Cavaco - TVI

Previsões «não podiam ser mais negativas», diz Cavaco

Cavaco Silva

Mas era «muito difícil» serem diferentes, admite Presidente da República

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O Presidente da República, Cavaco Silva, considerou esta quarta-feira que as previsões do Banco de Portugal «não podiam ser mais negativas», mas reconheceu que seria «muito difícil» serem diferentes devido à dependência do exterior da economia portuguesa.

«Os números revelados pelo Banco de Portugal não podiam ser mais negativos e, por isso, todos nós estamos preocupados», disse o Chefe de Estado, escreve a Agência Lusa.

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Números preocupam Cavaco

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O Banco de Portugal reviu em baixa, na terça-feira, a previsão para a evolução da actividade económica em 2009, antecipando agora uma contracção de 3,5 por cento no Produto Interno Bruto (PIB), bem como quebras de 14,2 por cento nas exportações e de 11,7 por cento nas importações.

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Questionado sobre esta previsão e sobre se os números poderiam ser diferentes, o Presidente da República reconheceu ser «muito difícil» colocar tal cenário. «Nós dependemos muito dos mercados internacionais e as exportações caíram 14 por cento», frisou, garantindo, contudo, que «o que pode surpreender um pouco» é a «queda tão acentuada que se verificou no investimento, de 15 por cento».

«É uma queda para além de todas as expectativas», argumentou, insistindo que a economia portuguesa é «uma economia muito aberta», que depende «muito» do exterior.

Esta dependência, de acordo com Cavaco Silva, assenta no turismo, nas remessas dos emigrantes, nas exportações, nos empréstimos contraídos no estrangeiro, nos fundos estruturais que chegam da União Europeia.

«Portugal é um dos países que mais depende do exterior. Por isso, é preciso ter muito cuidado em relação à nossa credibilidade, àquilo que fazemos internamente, porque estamos a ser observados por todos aqueles que estão no estrangeiro e se interessam» pelo país.

Para Cavaco Silva, apesar das previsões do Banco de Portugal, o mais importante é que, em termos nacionais, se reflicta já sobre qual a posição em que o país se deve colocar para quando termine a crise internacional.

«Chorar sobre leite entornado»...

«Queremos estar na primeira linha da recuperação económica ou que a situação seja tão complicada ou ainda mais complicada do que aquela que hoje atravessamos? Porque se for assim, lamentamos-nos hoje e vamos lamentar-nos no futuro e, como povo diz, é chorar sobre leite entornado».

Neste momento, defendeu o Chefe de Estado, além de ser preciso enfrentar o «problema do desemprego», que deve ser «uma prioridade», e «olhar para aqueles que estão a ser atingidos de forma particular pela crise», é necessário ainda «colocar os olhos no futuro», ou seja, «nos factores críticos»
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