Moçambique: população aconselhada a deixar casas - TVI

Moçambique: população aconselhada a deixar casas

  • Portugal Diário
  • 14 fev 2007, 00:43

Espera-se nova subida das águas ao longo do Rio Zambeze

As autoridades moçambicanas continuam a alertar as populações que residem em zonas vulneráveis ao longo do Rio Zambeze, no centro do país, a «abandonarem imediatamente» as suas casas, face à expectativa de novas subidas das águas daquele curso de água, refere a Lusa.

A renovação do apelo prende-se com a manutenção das descargas da Barragem de Cahora Bassa nos 6.600 metros cúbicos por segundo (chegou a circular ao longo do dia a possibilidade de uma redução para os 5.000 metros cúbicos por segundo, que não se chegou a concretizar), disse o presidente do Instituto Nacional de Gestão de Catástrofes (INGC), Paulo Zucula.

O débito de água da Barragem, que era de 2.500 metros cúbicos por segundo no início do mês, chegou a atingir nos últimos dias os 8.400 metros cúbicos por segundo (valor muito próximo do tecto máximo de 10.000 metros cúbicos por segundo).

De acordo com o responsável do INGC, foram contabilizadas 80.608 pessoas afectadas pelas cheias no Zambeze, das quais 34.315 permanecem em centros de acomodação que estão a ser montados para as receber.

Hoje foi o dia em que mais pessoas acorreram, resgatadas ou pelos seus próprios meios, aos centros de acomodação: 628 no total.

No final da reunião de coordenação das organizações envolvidas no auxílio às populações, o dirigente do INGC enumerou depois os dois «problemas sérios» que a situação actual coloca às autoridades.

O primeiro é o «problema logístico» de fazer chegar alimentos aos centros de acomodação, muitos deles instalados em zonas inóspitas e isoladas por estradas que estão, entretanto, submersas e intransitáveis.

Para resolver este problema, seriam precisos helicópteros e lanchas rápidas de capacidade superior, meios que não existem (o helicóptero que funcionou até hoje deixou de voar).

Paralelamente, seriam necessárias mais três mil tendas de oito a 12 pessoas para acomodar as populações que estão sem tecto nos centros de acomodação.

Por enquanto, as autoridades moçambicanas preferem não lançar nenhum apelo de ajuda internacional, por entenderem que, apesar da escassez pontual de meios, o que existe será por enquanto suficiente para dispensar um pedido adicional de auxílio.
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