Mãe de sequestrado aplaude Chávez

A mãe do luso-descendente raptado há quatro anos na Colômbia, Josephine Rosano, manifestou-se hoje satisfeita com o envolvimento do Presidente venezuelano, Hugo Chávez, na questão dos sequestrados, e disse que já lhe escreveu a agradecer, noticia a Lusa.



«Ao envolver-se neste caso, o Presidente Chávez coloca contra a parede os presidentes Álvaro Uribe (Colômbia) e Bush (EUA) e estes vão ter de fazer qualquer coisa», disse a norte-americana à agência Lusa.

A 20 de Agosto, Hugo Chávez pediu ao seu homólogo colombiano, Álvaro Uribe, e ao líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Manuel Marulanda, que «aceitem a sua mediação» para materializar o «acordo humanitário».

Se se chegar a acordo e os 45 sequestrados forem trocados por guerrilheiros das FARC, Josephine Rosano acredita que tudo vai correr pelo melhor.

«Uribe e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) têm entre si total desconfiança, mas quando a troca de reféns ocorrer não faltarão pessoas no local a garantir que tudo corra bem», afirmou.

Josephine Rosano não vai estar hoje em Caracas, na Venezuela, para a sessão pública convocada pelos familiares dos 45 cidadãos sequestrados de apoio à mediação de Hugo Chávez, mas já escreveu ao Presidente venezuelano a agradecer.

«Na carta peço desculpa por não estar presente e agradeço-lhe por ter chamado a si esta difícil tarefa» de libertar os reféns, disse a mãe de Marc Gonçalves. No entanto, a norte-americana vai estar presente quinta-feira, em Nova Iorque, juntamente com os familiares dos outros dois reféns norte-americanos (Keith Stansell e Thomas Howes), para um encontro com o Presidente colombiano Álvaro Uribe.

Em declarações à agência espanhola EFE, Josephine Rosano defendeu que os governos norte-americano e colombiano «já não têm mais desculpas» para não se empenharem a fundo na libertação dos reféns. «Acabaram-se as desculpas para os dois governos porque o Mundo observa», disse a norte-americana, para quem «há falta de interesse» do governo Bush pelo destino dos três norte-americanos.

Marc Gonçalves foi capturado pelas FARC a 13 de Fevereiro de 2003, quando o avião em que seguia com mais quatro companheiros se despenhou na selva colombiana de Caquetá, durante uma missão de vigilância do cultivo da droga, ao serviço de uma companhia privada contratada pelo governo norte-americano.