Comprar medicamentos pela Net pode ser arriscado - TVI

Comprar medicamentos pela Net pode ser arriscado

Farmácia

Maioria dos produtos não traz folheto informativo

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Comprar medicamentos através da Internet, fora dos sítios autorizados pelo Infarmed, é arriscado para a saúde.

Um estudo da Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores (DECO) mostra que «a maioria chega mal embalada, sem folheto informativo, tem qualidade duvidosa e quase todos ficam mais caros do que nas farmácias» portuguesas.

Produtos chegaram mal acondicionados

Em Maio de 2007, a associação de consumidores visitou nove sítios da Net, encomendou outros tantos medicamentos sujeitos a receita médica e mandou-os analisar em laboratório. Seis produtos chegaram mal acondicionados: blisters a granel, embrulhados em sacos de plástico ou folhas de jornal. Um produto foi enviado na caixa de um conhecido perfume, embrulhado como uma prenda.

«A falta de embalagem adequada e de condições de transporte propícias podem acelerar a degradação dos medicamentos e pôr em risco a saúde de quem os toma», alerta a Deco.

Sete sítios apresentavam a informação apenas em inglês e nenhum era exaustivo nas explicações sobre o medicamento. Apenas três referiam, por exemplo, o nome do laboratório e só quatro indicavam, de forma clara, como tomar e a quem e se destina.

Segundo a revista de consumidores, as falhas são graves, porque a maioria dos produtos não traz folheto informativo. Em nove encomendas, apenas duas continham este documento, escrito em grego ou espanhol.

Associação reclama aumento da fiscalização alfandegária

As análises laboratoriais mostraram que os medicamentos continham o princípio activo anunciado, na dose esperada. Mas a maioria apresentava substâncias desconhecidas, que podem ser excipientes ou impurezas, em valores superiores aos aceitáveis.

A lei já permite a venda de medicamentos pela Net desde o passado dia 7 de Novembro, em sítios autorizados, «mas é essencial que o consumidor saiba distingui-los do mercado paralelo testado», alerta a Deco.

A Deco desaconselha mesmo a compra fora da cadeia tradicional. A associação reclama, ainda, um aumento da fiscalização alfandegária, para evitar que este tipo de produtos circule, e um maior controlo dos fabricantes e distribuidores, para impedir que seus medicamentos alimentem o mercado paralelo.

A Associação garante que já comunicou os resultados do estudo ao Ministério da Saúde e ao Infarmed, para que tomem medidas que protejam a saúde dos portugueses.
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