Príncipes da Dinamarca retiram filho de colégio privado após alegações de abuso sexual no estabelecimento - TVI

Príncipes da Dinamarca retiram filho de colégio privado após alegações de abuso sexual no estabelecimento

  • CNN Portugal
  • HCL
  • 27 jun 2022, 18:58
Príncipes da Dinamarca com os filhos

A princesa Maria e o marido, o príncipe Frederik, retiraram abruptamente o seu filho adolescente de uma escola secundária de elite, na sequência de alegações de abuso sexual e bullying no estabelecimento

O príncipe Frederik e a princesa Maria da Dinamarca retiraram o filho mais velho, o príncipe Christian, o segundo na linha de herdeiros do trono, de um dos mais prestigiados colégios internos do país.

Este domingo, o casal real anunciou que o filho de 16 anos iria ser transferido da Escola Herlufsholm após terem surgido alegações de abuso sexual e intimidação no estabelecimento, divulgadas pela Agência Nacional para a Educação e Qualidade. Ainda que o príncipe Christian não esteja ligado a estas alegações, Frederik e Maria assumiram ter ficado "profundamente abalados".

O casal, pais de quatro filhos, disse que a informação "dirige uma crítica particularmente dura de uma autoridade estatal contra Herlufsholm e coloca exigências à escola a vários níveis, nomeadamente ao nível da liderança" - o que dizem ser inaceitável.

 

 

 

Frederik, 54 anos, e Mary, de 50, também revelaram que a filha, a princesa Isabella, de 15 anos, já não se matricularia no prestigiado colégio privado este outono, como previsto. O irmão, que é o segundo na fila para o trono dinamarquês, atrás do pai, matriculou-se em Herlufsholm em agosto de 2021. O casal real acrescentou que vai consultar os filhos sobre os próximos passos para a sua educação.

"Durante o verão, nós, juntamente com os nossos filhos, tomaremos uma decisão sobre a sua futura escolha de escolas", disseram, acrescentando que têm “esperança” que o colégio Herlufsholm “tenha agora mais paz para assegurar as mudanças necessárias e consiga criar uma cultura em que todos prosperem e se sintam seguros".

Um documentário controverso, intitulado Herlufsholms hemmeligheder ( Segredos de Herlufsholm), foi divulgado em maio e colocou os holofotes neste colégio. No trabalho jornalístico, cerca de cinquenta antigos alunos relatam as más experiências que sofreram enquanto estudantes, denunciando bullying, violência e até abuso sexual. Um estudante foi mesmo condenado a seis meses de prisão e a pagar uma indemnização por forçar um colega a ter relações sexuais na escola. Outro, cuja identidade não foi revelada, chegou ao ponto de dizer: "O que acontece em Herluf, fica em Herluf. Se começar a coscuvilhar, pode ter problemas com outros estudantes". Também foi alegado que os professores e funcionários não agiram de acordo com as normas para combater casos de abusos.

 

Um relatório da dinamarquesa Agência Nacional para a Educação e Qualidade levou agora também à demissão do diretor da escola.

Frederik e Maria, que também são pais dos gémeos Vicente e Josefina, ambos com 11 anos, abordaram pela primeira vez as alegações alarmantes em torno de Herlufsholm no início deste mês. Numa declaração divulgada a 17 de junho, o casal disse que iria levar tempo a decidir o que era melhor para a sua família.

"A intimidação, a violência e as indignidades nunca são aceitáveis. Devemos responder aos dolorosos e devastadores incidentes insistindo em mudanças que garantam um ambiente seguro para todos", explicaram. "Devemos reconhecer a coragem daqueles que partilharam as suas experiências violentas".

 

 

"Ao mesmo tempo, somos pais de um filho que está muito feliz por frequentar a escola". E de uma filha que há muito esperava começar no mesmo lugar", continuaram os pais, na altura.

O príncipe Christian começou a estudar na escola de elite no ano passado, o que a família real dinamarquesa anunciou orgulhosamente na sua página de Instagram. Em 2020, Christian e os três irmãos frequentaram a Escola Internacional Lemania-Verbier em Verbier, na Suíça, durante 12 semanas, mas quando a pandemia começou, a família cancelou os estudos no estrangeiro e os dois regressaram à Dinamarca.

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