O comissário europeu dos Assuntos Económicos admitiu esta terça-feira, no Luxemburgo, que foi incorrecto ao meter Portugal e Espanha «no mesmo saco» quando pediu mais reformas estruturais no mercado do trabalho e no sistema de pensões.
«Talvez não seja sempre correcto pôr Portugal e Espanha no mesmo saco, porque são países independentes e têm diferentes desafios no que se refere às reformas estruturais», disse Olli Rehn quando confrontado com a posição de vários ministros portugueses em relação a comentários feitos segunda-feira pelo comissário europeu.
Ministro faz vontade a Bruxelas: austeridade segue após 2011
Olli Rehn tinha avisado que Portugal e Espanha tinham de realizar mais reformas estruturais no mercado do trabalho e sistema de pensões no final de uma reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro.
«Apenas posso encorajar os dois países a continuarem as reformas estruturais, por exemplo no mercado do trabalho e no sistema de pensões», disse Olli Rehn, acrescentando que isso terá de ser feito «com toda a determinação que é necessária nesta situação delicada», escreve a Lusa.
O que tinha dito Olli Rehn
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Parceiros do euro mostram desconhecimento?
A ministra do Trabalho, Helena André, disse esta terça-feira que as declarações do comissário europeu Olli Rehn a pedir reformas no mercado laboral e na segurança social de Portugal e Espanha se devem a «desconhecimento» da reforma já levada a cabo.
«Portugal fez uma reforma profunda do seu mercado de trabalho e da segurança social. Às vezes, em termos europeus, é fácil meter os dois os países ao mesmo nível, mas Portugal fez reformas que são exemplares», disse Helena André esta manhã, no Luxemburgo, à margem de uma reunião dos ministros do Trabalho da União Europeia.
«É capaz de haver um desconhecimento em relação às duas matérias [segurança social e mercado laboral]», acrescentou.
Que medidas ainda pode Portugal tomar?
O ministro da Economia também destacou hoje que Portugal fez «uma reforma profunda» do sistema de pensões e que esta está a «produzir resultados», salientando ainda a «reforma muito profunda do sistema de pensões».
O ministro das Finanças também desvalorizou hoje, no Luxemburgo, os avisos de Bruxelas sobre a necessidade de mais reformas estruturais, defendendo que Portugal foi pioneiro na execução destas e é mesmo apontado como um exemplo internacional.
«Acho que todos têm a consciência que Portugal, muito antes de em termos europeus se estar a reclamar por reformas estruturais, tomou a iniciativa de avançar», disse Fernando Teixeira dos Santos à margem de uma reunião dos ministros das Finanças da União Europeia.
No que respeita à reforma no sector da segurança social, Teixeira dos Santos declarou estar convencido que o comissário europeu Olli Rehn não estava a pensar particularmente em Portugal.
O comissário Europeu dos Assuntos Económicos sublinhou agora «estar consciente de que em Portugal houve recentemente uma reforma das pensões muito substancial, mas há ainda muito a fazer especialmente em termos de reformas do mercado de trabalho e do mercado de produtos».
«Só posso encorajar Portugal a prosseguir as reformas que são relevantes no caso português», concluiu.
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Olli Rehn lamenta ter metido Portugal e Espanha no mesmo saco
- Redação
- CPS
- 8 jun 2010, 15:05
![Olli Rehn](https://img.iol.pt/image/id/13272014/1024.jpg)
Comissário europeu considera que foi incorrecto mas encoraja países a continuarem com reformas estruturais
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