Olli Rehn lamenta ter metido Portugal e Espanha no mesmo saco - TVI

Olli Rehn lamenta ter metido Portugal e Espanha no mesmo saco

Olli Rehn

Comissário europeu considera que foi incorrecto mas encoraja países a continuarem com reformas estruturais

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O comissário europeu dos Assuntos Económicos admitiu esta terça-feira, no Luxemburgo, que foi incorrecto ao meter Portugal e Espanha «no mesmo saco» quando pediu mais reformas estruturais no mercado do trabalho e no sistema de pensões.

«Talvez não seja sempre correcto pôr Portugal e Espanha no mesmo saco, porque são países independentes e têm diferentes desafios no que se refere às reformas estruturais», disse Olli Rehn quando confrontado com a posição de vários ministros portugueses em relação a comentários feitos segunda-feira pelo comissário europeu.

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Olli Rehn tinha avisado que Portugal e Espanha tinham de realizar mais reformas estruturais no mercado do trabalho e sistema de pensões no final de uma reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro.

«Apenas posso encorajar os dois países a continuarem as reformas estruturais, por exemplo no mercado do trabalho e no sistema de pensões», disse Olli Rehn, acrescentando que isso terá de ser feito «com toda a determinação que é necessária nesta situação delicada», escreve a Lusa.

O que tinha dito Olli Rehn

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Parceiros do euro mostram desconhecimento?

A ministra do Trabalho, Helena André, disse esta terça-feira que as declarações do comissário europeu Olli Rehn a pedir reformas no mercado laboral e na segurança social de Portugal e Espanha se devem a «desconhecimento» da reforma já levada a cabo.

«Portugal fez uma reforma profunda do seu mercado de trabalho e da segurança social. Às vezes, em termos europeus, é fácil meter os dois os países ao mesmo nível, mas Portugal fez reformas que são exemplares», disse Helena André esta manhã, no Luxemburgo, à margem de uma reunião dos ministros do Trabalho da União Europeia.

«É capaz de haver um desconhecimento em relação às duas matérias [segurança social e mercado laboral]», acrescentou.

Que medidas ainda pode Portugal tomar?

O ministro da Economia também destacou hoje que Portugal fez «uma reforma profunda» do sistema de pensões e que esta está a «produzir resultados», salientando ainda a «reforma muito profunda do sistema de pensões».

O ministro das Finanças também desvalorizou hoje, no Luxemburgo, os avisos de Bruxelas sobre a necessidade de mais reformas estruturais, defendendo que Portugal foi pioneiro na execução destas e é mesmo apontado como um exemplo internacional.

«Acho que todos têm a consciência que Portugal, muito antes de em termos europeus se estar a reclamar por reformas estruturais, tomou a iniciativa de avançar», disse Fernando Teixeira dos Santos à margem de uma reunião dos ministros das Finanças da União Europeia.

No que respeita à reforma no sector da segurança social, Teixeira dos Santos declarou estar convencido que o comissário europeu Olli Rehn não estava a pensar particularmente em Portugal.

O comissário Europeu dos Assuntos Económicos sublinhou agora «estar consciente de que em Portugal houve recentemente uma reforma das pensões muito substancial, mas há ainda muito a fazer especialmente em termos de reformas do mercado de trabalho e do mercado de produtos».

«Só posso encorajar Portugal a prosseguir as reformas que são relevantes no caso português», concluiu.
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