Os sindicatos estão contra a alteração dos tratados europeus. A chanceler alemã e o Presidente francês defendem uma proposta nesse sentido, mas UGT e CGTP manifestaram na terça-feira, ao primeiro-ministro, a sua oposição e defenderam antes uma revisão do funcionamento do Banco Central Europeu.
«Não consideramos prioritário a revisão do tratado. Muito menos uma revisão que se confina à parte financeira e monetária», afirmou o secretário-geral da UGT, João Proença, aos jornalistas, no final da reunião com Pedro Passos Coelho para preparar o Conselho Europeu de quinta e sexta-feira.
João Proença sublinhou que as expectativas da UGT eram «fracas», uma vez que, no seu entender, não serão abordadas medidas que reforcem a coesão económica e social dos países que pertencem à União Europeia.
Por seu turno, Arménio Carlos, da comissão executiva da CGTP, acusou o Governo de estar mais preocupado com as finanças do que com o crescimento económico e manifestou-se apreensivo com uma eventual revisão da Constituição portuguesa, caso se avance para uma alteração dos tratados europeus.
«Para nós é muito preocupante admitir-se que haja uma revisão da Constituição da República Portuguesa para se introduzir elementos de pressão exterior para se controlar o défice e a dívida», cita a Lusa.
Para a CGTP, o caminho passa por rever a regulação do Banco Central Europeu que, no entender dos sindicalistas, está a favorecer a especulação, em vez de apoiar os Estados-membros.
Pedro Passos Coelho recebeu na tarde de ontem, na sua residência oficial de São Bento, em Lisboa, os partidos políticos com assento parlamentar e os parceiros sociais, nomeadamente os sindicatos (CGTP e UGT), a Confederação do Comércio e Serviços, Confederação do Turismo, Confederação da Industria e Confederação de Agricultores.
CGTP e UGT contra revisão dos tratados europeus
- Redação
- VC
- 7 dez 2011, 08:58
Sindicatos defendem antes revisão do funcionamento do BCE
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