Espanha: fórmula da ajuda à banca deve prevenir contágio à dívida

Durão Barroso defendeu esta segunda-feira a necessidade de a fórmula que for acordada para prestar ajuda à recapitalização dos bancos espanhóis evitar, na medida do possível, o «contágio entre a dívida financeira e a dívida soberana».

Numa conferência de imprensa em Los Cabos, Méxicos, antes do início da cimeira do G20, Durão foi questionado sobre se Bruxelas não receia que as atenções dos mercados se virem agora da Grécia para a Espanha, onde os juros da dívida soberana continuam a bater recordes (acima de 7,2%), e se não seria preferível a assistência ser canalizada diretamente para os bancos e não pela soberania de Espanha, já sob forte pressão. O presidente da Comissão Europeia, em resposta, admitiu que é necessário encontrar uma solução que previna o contágio.

«Certamente a Comissão Europeia será a favor de um sistema que evite o tanto quanto possível qualquer género de contágio entre dívida financeira e dívida soberana, pois acreditamos que esta é uma das questões que pode ter um impacto negativo em termos de reação dos mercados», afirmou citado pela Lusa.

O presidente do executivo comunitário lembrou, contudo, que a Espanha ainda não formalizou o pedido de assistência financeira para a reestruturação e recapitalização dos seus bancos, e apenas quando tal acontecer o Eurogrupo poderá discutir quais os melhores mecanismos a utilizar para prestar esse acordo, com o qual concordou de imediato quando Madrid anunciou a sua intenção de pedir ajuda, avançando desde logo a disponibilidade de abrir uma linha de crédito até 100 mil milhões de euros.