Economista do FMI: «Portugal está a gastar e a consumir demais» - TVI

Economista do FMI: «Portugal está a gastar e a consumir demais»

FMI «salvou» Portugal em 1983

Para Teresa Ter-Minassian, a economista que negociou a ajuda do FMI a Portugal em 1983, Governo adoptou «medidas corajosas» mas ainda há espaço para cortar mais na despesa

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As medidas aprovadas pelo Governo para estabilizar as contas públicas de Portugal estão no bom caminho, mas 2011 «vai ser um ano difícil» e a verdade é que o país «está há muito a gastar e a consumir demais». Este é o alerta deixado por Teresa Ter-Minassian, a economista do Fundo Monetário Internacional que negociou com o Portugal a ajuda recebida em 1983.

E o leitor, concorda com a economista do FMI?

O fantasma do FMI paira novamente sobre nós, quase 30 anos depois. Gastámos mais do que devíamos durante muito tempo, continuamos a fazê-lo, mas não devíamos. «É preciso aumentar a poupança nacional, ou seja, comprimir o consumo privado e público», diz esta economista, em entrevista ao «Jornal de Negócios». Teresa Ter-Minassian avisa ainda que «os que acham que há uma solução mágica que passe pela saída do euro estão enganados», porque desvalorizar a moeda teria como resultado um aumento da inflação e o país iria ficar mais pobre.

Se Portugal «já fez uma parte do ajustamento» necessário, e se as medidas tomadas são «muito corajosas», a verdade é que há margem para fazermos mais. Para esta economista, o país «tem um mix razoável de cortes de despesa e aumentos de impostos, embora haja ainda algum espaço» para cortar mais na despesa fiscal e, «quiçá, para baixar o âmbito de aplicação das taxas reduzidas do IVA».

E o leitor, concorda com a economista do FMI? Que outras medidas deverá o Governo pôr em prática para equilibrar as contas públicas? Devemos ou não pedir ajuda?

Também a área da saúde precisa de mais cortes: « Portugal já fez um grande ajustamento nas pensões, mas não fez o suficiente na saúde. Ajudaria muito à credibilidade do ajustamento orçamental se o Governo tivesse uma estratégia clara para conter os custos na Saúde no futuro, que são o maior problema orçamental que Portugal enfrenta».

Ajuda externa «não deve ser um estigma»

No braço-de-ferro com os mercados - que é preciso convencer - a nossa credibilidade saíria reforçada se tivéssemos «algum dinheiro por trás» pelo que, embora não querendo pronunciar-se sobre se devemos ou não recorrer a ajuda externa, esta economista frisa que fazê-lo «não deve ser um estigma».

Sobre se uma eventual «tempestade política» no país possa criar uma barreira nos empréstimos ao país, Teresa Ter-Minassian diz que isso pode não tranquilizar os mercados mas não os impede de emprestar dinheiro.

Certo é que este ano vai ser complicado e os portugueses poderão não gostar do aperto. Mas «há uma boa esperança de que em 2012 possa haver uma recuperação».

E o leitor, concorda com a economista do FMI? Que outras medidas deverá o Governo pôr em prática para equilibrar as contas públicas? Devemos ou não pedir ajuda?

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