Imposto/ricos: CGTP a favor, mas medida não chega

O Governo admite criar um imposto especial sobre os mais ricos para ajudar a resolver a crise e a CGTP é a favor da medida, embora a considere ainda assim insuficiente.

«É uma necessidade, mas o problema não se resolve só com um imposto específico. Há várias dimensões deste problema para trazer a riqueza a contribuir para o bem comum como qualquer cidadão», disse à agência Lusa Manuel Carvalho da Silva.

CGTP aponta caminho a seguir

O sindicalista defendeu que a solução passa pelo combate à movimentação de dinheiro por paraísos fiscais, onde não há cobrança de impostos, e ainda pelo combate à fraude e evasão fiscal, pela aplicação de taxas nos movimentos bolsistas e pelo englobamento da riqueza.

«Os ricos vão pagando impostos, só que pagam de forma segmentada, não pagam taxas correspondentes ao global da riqueza que têm». Outro ponto a ter em conta é, diz, o combate à economia clandestina.

Falta consciência aos ricos de Portugal

Carvalho da Silva salientou ainda a diferença entre o comportamento dos ricos noutros países e em Portugal.

«Enquanto vemos que, perante o perigo efectivo da movimentação social contra o descalabro das injustiças e do empobrecimento, os ricos nalguns países e os respectivos governos vão dando sinais de preocupação e mostram disponibilidade para um imposto sobre os ricos, Portugal nem tem um Governo mobilizado para fazer isto e nem os próprios ricos mostram essa vontade».

Para o líder da intersindical, a postura assumida nos últimos dias por vários ricos portugueses mostra «um grande egoísmo e distaciamento» dos problemas sociais e «uma posição conservadora e retrógrada da sociedade, que choca».