PSD estuda imposto, mas não legisla de «supetão»

O PSD vai analisar o projecto de lei para a criação de «um imposto de solidariedade» sobre o património acima de 2 milhões de euros, apresentado esta sexta-feira pelo Bloco de Esquerda. A proposta para taxar as grandes fortunas é «meritória», mas o partido do Governo alerta que «a pressa é inimiga da perfeição».

«Este é um tema que galgou muito rapidamente para as primeiras linhas da frente mediática, mas isso não faz com que devamos não parar para pensar e começar a legislar de supetão», disse à Lusa o deputado Luís Menezes.

«A iniciativa do Bloco de Esquerda é meritória, mas foi apresentada de supetão» e, «pior que a não existência de uma legislação, é a existência de uma lei mal feita».

O deputado disse ainda que «há uma série de detalhes técnicos daquilo que já pudemos saber do projecto de lei que nos suscitam dúvidas. Em primeiro lugar, não sabemos qual é o montante que o Bloco de Esquerda prevê arrecadar».

Por outro lado, a proposta bloquista prevê tributar o património global a partir de dois milhões de euros, incluindo metais preciosos. O PSD questiona: «Como sabemos o que cada um tem?», apontou, referindo-se aos metais preciosos.

De qualquer modo, «o Governo já está a analisar esta situação e o grupo parlamentar do PSD está a fazer o mesmo».

Certo é que «é preciso pensar e concretizar numa medida legislativa com pés e cabeça». O PSD escusa-se a avançar com um prazo para a apresentação de uma iniciativa, que «tem que ser estudada e analisada com critério».

«É assim que deve ser feito o processo legislativo, não deve ser uma corrida para estarmos na agenda mediática».