Miguel Cadilhe diz que Portugal «está em recessão grave» - TVI

Miguel Cadilhe diz que Portugal «está em recessão grave»

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Ex-ministro das Finanças fala de «crescimento económico decepcionante»

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O economista Miguel Cadilhe disse, esta segunda-feira, em Braga, que Portugal «está em recessão económica grave», situação que começou em 1999 e se aprofundou a partir de 2003.

Falando num colóquio na sede da Associação Industrial do Minho (AIMinho), o ex-ministro das Finanças disse, de acordo com a agência «Lusa», que «o crescimento económico português tem-se mantido decepcionante» e defendeu mesmo que o país deveria solicitar à Comissão Europeia «medidas de protecção especial» para a sua economia, as cláusulas de excepção previstas no Pacto de Estabilidade e Crescimento.

Cadilhe falava num colóquio sobre as perspectivas que se colocam à economia portuguesa e no qual participaram o banqueiro Artur Santos Silva e o presidente do organismo empresarial, António Marques.

Para Miguel Cadilhe, «os políticos não gostam que se diga que há uma recessão grave e os eurocratas também não, mas a verdade é que uma economia que teve crescimento negativo em 2003 e mantém vários indicadores negativos desde então está nessa situação técnica».

O especialista acrescentou que, apesar das recentes alterações feitas aos critérios do défice pela União Europeia, «Portugal mantém índices de produtividade muito baixos, um Estado macrocéfalo e centralizado e uma despesa pública exagerada», que deveria «descer pelo menos, 27%».

Pessmista quanto a futuro

Miguel Cadilhe manifestou-se pessimista em relação ao futuro da economia nacional e defendeu a regionalização como sendo um das reformas que pode impulsionar a economia e uma melhor distribuição de recursos.

«Em Abril de 1974 o Estado era macrocéfalo e ainda se mantém assim», lamentou.

O banqueiro Artur Santos Silva contrariou o «pessimismo» de Cadilhe, manifestando-se defensor das reformas do Estado e da descentralização, em detrimento da opção de criação de órgãos de governo regionalizados.
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