Grécia: Samaras promete «fazer tudo para sair da crise» - TVI

Grécia: Samaras promete «fazer tudo para sair da crise»

Novo primeiro-ministro quer trabalhar duramente e trazer esperança ao povo grego

Relacionados
O novo primeiro-ministro grego, o conservador Antonis Samaras, assegurou esta quarta-feira que vai «fazer tudo para que o país saia da crise», após ter prestado juramento perante o Presidente da Grécia.

«Com a ajuda de Deus, vamos fazer tudo para que o país saia da crise. Amanhã (quinta-feira) vou pedir ao governo para trabalhar duramente e fornecer ao povo grego uma esperança tangível», declarou à saída do palácio presidencial, citado pela Lusa.

O novo executivo helénico, que põe termo a sete semanas de incertezas políticas e duas eleições legislativas antecipadas que decorreram em 6 de maio e 17 de junho, vai integrar o partido Nova Democracia (ND) de Samaras - vencedor do escrutínio de domingo mas sem maioria absoluta -, o Pasok (socialistas moderados) de Evangelos Venizelos e a coligação Dimar (Esquerda Democrática, moderados) liderada por Fotis Kovelis.

O líder da Dimar já disse pretender que o novo executivo «liberte o país dos dolorosos termos» do memorando de entendimento com os credores internacionais (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), que em troca de dois avultados empréstimos impuseram dolorosas medidas de austeridade.

De acordo com os media gregos, Vassilis Rapanos, presidente do Banco central da Grécia e um antigo professor de Economia que integrou o governo quando a Grécia aderiu à Zona Euro em 2001, poderá ser designado como novo ministro das Finanças.

A primeira prioridade do novo governo será retomar o contacto com os credores internacionais e reiniciar o envio dos empréstimos que foram interrompidos durante o longo processo eleitoral.

Os credores internacionais, com destaque para a Alemanha, já referiram estarem apenas disponíveis para fornecer à Grécia mais algum tempo no cumprimento do objetivo da redução do défice até 2014, mas sem alterar a substância do memorando acordado em fevereiro.

No entanto, Samaras, 61 anos, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cultura em anteriores governos conservadores, com formação universitária em Economia nos Estados Unidos, está sob pressão para adotar medidas mais arrojadas, e durante a campanha eleitoral prometeu reduzir os impostos sobre o imobiliário e as vendas, e ainda congelar as reduções dos salários, reformas e pensões da administração pública.

«Não podem ocorrer discussões sobre a alteração da substância dos acordos mas como indiquei há três ou quatro semanas, podemos abordar a questão do prolongamento dos prazos», disse a uma rádio austríaca na terça-feira o chefe do Eurogrupo, Jean-Claude Junker, numa referência à Grécia.

Numa antecipação à cimeira dos ministros das Finanças europeus na quinta-feira, e citado pela agência noticiosa AFP, um responsável da UE admitiu a possibilidade de concessões, ao referir que seria «uma desilusão» e «estúpido» manter intacto o memorando de entendimento.

Nas atuais condições, a Grécia deverá proceder a cortes de 11,5 mil milhões de euros - o equivalente a cinco por cento do seu PIB - até 2014, apesar de diversos responsáveis gregos terem já solicitado um alargamento do prazo até 2016.
Continue a ler esta notícia

Relacionados