Espanha paga quase o triplo para emitir dívida

Espanha foi esta terça-feira ao mercado colocar 3.080 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro (BT) a três e seis meses - ligeiramente acima do montante indicativo - mas o país vizinho teve de pagar quase o triplo para se financiar.

O Tesouro espanhol colocou, assim, 1.600 milhões de euros em títulos a três meses, com uma procura 2,6 vezes maior que a oferta, mas foi obrigado a subir o juro médio de 0,846% de maio para 2,362%: ou seja, os juros quase triplicaram.

Colocou ainda 1.480 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro a seis meses, com os juros médios a quase duplicarem para 3,237%, face aos 1,737% do último leilão com semelhantes características. Neste caso, a procura foi 2,8 vezes maior que a oferta.

Quer isto dizer que os juros pagos na operação foram os mais elevados desde dezembro, o que acontece devido às fortes tensões que se vivem no mercado da dívida soberana espanhola há várias semanas.

Este leilão decorre poucas horas depois da agência Moody's ter cortado o «rating» de 28 bancos espanhóis, entre um e quatro níveis, o que deixou praticamente todo o sector bancário espanhol, à exceção de seis bancos, em níveis de lixo.

Ontem, o Governo espanhol pediu formalmente ajuda para a banca, numa carta enviada ao Eurogrupo, onde, ainda assim, não detalha a quantia global do pacote de assistência.

Também esta terça-feira foi a vez de Itália ir aos mercados emitir dívida, num leilão de títulos a curto prazo que obrigou o país a pagar os juros mais elevados do ano.