BCP: «Resultados dos testes são positivos, quer se goste ou não» - TVI

BCP: «Resultados dos testes são positivos, quer se goste ou não»

Carlos Santos Ferreira (João Relvas/LUSA)

Presidente do banco atira em todas as direcções: critica «comentários anglo-saxónicos e norte-americanos» e agências de «rating»

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Em momento de crise e de descrédito do sistema financeiro, a primeira prova foi superada. O Banco Comercial Português passou com distinção nos testes de stress a que foram submetidos 91 bancos europeus. O presidente da instituição tem agora «uma grande expectativa» sobre os efeitos que esta avaliação terá nos mercados financeiros. E frisou que os resultados «foram positivos, quer se goste ou não». Sobre a outra avaliação, a das agências de rating, Carlos Santos Ferreira ironizou: «Elas têm lá a vida delas».

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Depois da divulgação dos resultados dos testes de stress na passada sexta-feira, o presidente do BC enviou uma carta aos colaboradores do banco, destacando que «os testes de stress foram bons para o sistema financeiro português. Clarificaram muitas ideias, demonstraram a solidez do sistema e não estou apenas a falar no Millennium BCP. Alegra-me igualmente a posição dos outros bancos no sistema. É bom que tenham todos passado nos testes de

stress».



Confiança é o que não falta. «Penso que estamos todos optimistas em relação ao mercado». Os testes de stress «foram feitos a mais de metade do peso do sistema bancário europeu e são positivos, quer se goste quer não se goste. E permitem uma coisa que pode tirar muitas dúvidas: a análise é pública. Na minha opinião, indubitavelmente tem de contribuir para uma situação futura melhor do que a que temos hoje».

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O presidente do BCP voltou a reforçar que gostou de ver «todos os bancos portugueses comportarem-se como se comportaram stress tests.



O resultado das provas de resistência a cenários adversos teve maiores repercussões positivas «na cotação das acções do que na liquidez, sendo que nesta matéria não é possível uma reacção instantânea». Certo é que se espera, de um modo geral, «uma melhoria gradual do ciclo económico nos próximos meses».



Criticando alguns comentários «anglo-saxónicos e norte-americanos, dizendo que [os testes] eram fracos, que podiam fazer melhor e que a Europa tinha perdido uma oportunidade para recapitalizar os bancos», Santos Ferreira ironizou: isso é assim porque «já agora também eles beneficiariam com isso. Achei delicioso», ironizou.



«Agências de «rating» persistem no erro»



As agências de «rating» também tiveram uma palavra a dizer sobre os testes de stress aos bancos. E também não escaparam às críticas do presidente do BCP.



«Já vieram dizer que o resultado era aquilo que elas esperavam. Escuso-me a comentar a ironia neste statement. É aquilo que noutras épocas se chamaria perseverar no erro. E isso dava origem tecnicamente a um comportamento relapso. As agências de «rating» têm lá a vida delas. Dizem que é o que esperavam. Óptimo. Magnífico».
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