A Telefónica deverá aumentar o valor da oferta para compra da posição da Portugal Telecom na Vivo, operadora de telecomunicações considerada vital para o futuro do grupo espanhol no Brasil, avança esta quarta-feira a imprensa brasileira.
A expectativa de que a Telefónica poderá oferecer mais do que os 5,7 mil milhões de euros pela Vivo, oferta recusada pela PT, fez as acções da operadora dispararem 34% na terça-feira, a maior valorização da Bovespa.
«Na resposta, a PT deixou claro que vender a Vivo não é uma questão de preço, mas os seus executivos sabem que há limite em rejeitar propostas tentadoras», refere a edição de hoje do Valor Económico.
«E a Telefónica sabe disso e deve trabalhar com esse limite, especialmente porque a PT é uma empresa de capital pulverizado e não há garantia de que os accionistas estejam alinhados com a administração», escreveu o diário.
Caso a PT decida vender a Vivo, perderá o «activo mais importante de seu negócio», responsável por cerca de metade das receitas do grupo português.
Vivo conta com 53,9 milhões de utilizadores
«Sem a Vivo, a PT tornar-se-ia um alvo óbvio e fácil de consolidação, especialmente considerando que o Governo português deve retirar a golden share da empresa este ano, conforme recomendou a União Europeia», sublinhou citado pela Lusa.
A Telefónica, por seu turno, terá ganhos de sinergias entre três a quatro mil milhões de euros com a integração entre as operações móvel da Vivo e fixa da operadora Telesp, que o grupo espanhol já controla no Brasil.
«Na prática, de 50 a 60% do gasto com a oferta seriam compensados quase automaticamente», escreveu o diário, salientando ainda os ganhos fiscais da Telefónica com a transacção.
PT e Telefónica detêm em proporções iguais 59,5 por cento do capital total da Vivo, sendo os portugueses responsáveis pela parte executiva da operadora e os espanhóis a controlar a administração financeira.
Actualmente, a Vivo é a maior operadora móvel, no Brasil, com 53,9 milhões de utilizadores, uma quota de 30,12% do mercado, em Março deste ano, seguida pela mexicana Claro (25,45%) e pela TIM (23,65%).
Telefónica deverá aumentar oferta pela Vivo
- Redação
- CPS
- 12 mai 2010, 16:06
Vivo é responsável por cerca de metade das receitas do grupo português. «Sem a Vivo, PT tornar-se-ia um alvo óbvio e fácil», diz imprensa brasileira
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