Telefónica deverá utilizar Vivo para consolidar no Brasil

A venda da posição da PT na Vivo é dada como certa pela imprensa brasileira, segundo a qual a operadora brasileira será usada pela espanhola Telefónica para consolidar os seus negócios no país.

«Já predomina a sensação de que a Vivo deve incorporar a Telesp (operadora fixa controlada pela Telefónica) e não o contrário, como se pensou durante muito tempo», pode ler-se o jornal «Valor Económico».

«A mudança deve-se à avaliação de que o mercado em crescimento é o móvel, enquanto a operação fixa é declinante. Esse quadro explica também o empenho financeiro da Telefónica na compra da Vivo», acrescenta ainda.

A Telefónica aumentou na semana passada a proposta de compra da participação que a PT detém na Vivo de 5,7 mil milhões para 6,5 mil milhões de euros, oferta que será levada em assembleia aos accionistas do grupo português, no dia 30 de Junho.

«E os preços podem subir mais, tanto os accionistas da PT como os analistas de telecomunicações acreditam que a Telefónica terá de elevar a sua oferta para um intervalo entre 7 mil milhões e 8 mil milhões de euros para garantir adesão na assembleia portuguesa», refere.

Nos últimos anos, a facturação, as margens, a cobertura e o valor de mercado da Vivo superaram os número da Telesp, operadora fixa que actua apenas no Estado de São Paulo.

Actualmente, a Vivo está avaliada em 24,4 mil milhões de reais (10,94 mil milhões de euros), enquanto a Telesp, em 17,6 mil milhões de reais (7,89 mil milhões de euros).

Outra razão apontada pelos analistas foi o facto de a proposta de compra da Telefónica apresentada à PT sugerir a manutenção do actual presidente da Vivo, Roberto Lima, indicado pelos portugueses, em caso de aprovação do negócio.

Segundo o actual acordo de accionistas, cabe à PT a indicação do presidente da Vivo e aos espanhóis o director financeiro da maior operadora móvel brasileira.

Uma das alternativas para a PT permanecer no Brasil, em caso de venda da Vivo, é a aquisição de uma participação na Oi, a maior operadora brasileira de telefonia, com cerca de 62 milhões de utilizadores.

Actualmente, a Oi é controlada pelos grupos Andrade Gutierrez, La Fonte, o banco estatal de fomento BNDES e por fundo de pensão de empresas estatais.