Portas exige esclarecimento: TGV está «in ou out»? - TVI

Portas exige esclarecimento: TGV está «in ou out»?

Líder do CDS critica premissas do Orçamento de Estado para 2011

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O líder do CDS-PP ficou sem perceber se o Governo está ou não disposto a suspender o TGV, perante as declarações de José Sócrates à saída do Parlamento esta manhã.

«Aqui dentro cala-se e ali fora baralha-se, dando a entender que tudo seguirá igual agora ou daqui a um tempinho. Comporta-se como um avaliador que já conhece o resultado da avaliação. Mas o TGV in ou o TGV out não é coisa de somenos», alertou.

«Se estiver in, então é melhor apagar a fotografia do professor Catroga porque alguém enganou alguém. Se estiver out, então [o primeiro-ministro] é um perdulário incorrigível porque em Maio o CDS já tinha oferecido essa hipótese», acrescentou, uma vez que o partido já tinha defendido a suspensão do projecto.

Paulo Portas alertou que o cenário macro-económico traçado na proposta de OE para 2011 «não é credível» e parte mesmo de números errados. «As premissas não têm rigor», criticou, exemplificando com o crescimento esperado das exportações quando «os dados da economia internacional não apontam para essa expectativa».



«Se as previsões para o crescimento estiverem erradas, errada estará a receita e o défice irá obviamente sofrer», avisou, lamentando que o Governo viva num «auto-engano permanente».

O democrata-cristão garantiu que o seu partido não podia viabilizar «um orçamento recessivo», porque «não aceita disparar um tiro letal contra a economia portuguesa».

Aliás, para Portas, a viabilização será um «prolongamento da agonia», estando já à espera de um PEC IV. «Há sempre um novo PEC para Portugal à espera na próxima esquina», brincou.

O líder do CDS considera que este OE é a «factura» da política de Sócrates nos últimos cinco anos. «Passámos a depender integralmente de quem nos empresta dinheiro. Senhor primeiro-ministro, o seu legado político não podia ser pior: o soberano deixou de ser o povo para passar a ser o credor», lamentou.

Por isso, Paulo Portas continua a defender a demissão de José Sócrates: «A sua continuação nesse nobre posto é uma ruína para os portugueses.»

Quanto ao ministro das Finanças, o democrata-cristão desafiou o PS a testar a credibilidade de Teixeira dos Santos, comparando-a com a dos ex-ministros das Finanças Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix, de quem foi «colega» com «orgulho». «Ficamos certamente a ganhar deste lado», disse.

Também o PSD teve direito a um recado: «Escapa-se-nos a lógica segundo a qual um péssimo OE executado por um péssimo primeiro-ministro fará algum bem ao país.»



Portas deixou ainda duas sugestões: o aumento das pensões até 246 euros ao nível da inflação, exigindo um corte de 60 milhões de euros no corte da despesa do Estado com publicidade, eventos e deslocações de pessoal dirigente, e a manutenção do abono de família pelo menos no quarto escalão, possível com um corte de 80 milhões de euros noutros organismos do Estado e dos Fundos e Serviços Autónomos que não especificou.
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