Para reduzir dívida a metade temos de crescer 4% durante 15 anos - TVI

Para reduzir dívida a metade temos de crescer 4% durante 15 anos

Portugal (Reuters)

Contas são do economista Paul De Grauwe, que fala de um cenário otimista. «Quanto mais forte é o programa de austeridade mais profunda é a queda do PIB», lembrou o responsável numa conferência em Lisboa

Relacionados

O economista Paul De Grauwe disse esta segunda-feira que Portugal precisa de pelo menos 15 anos, num cenário otimista de um crescimento constante de 4% por ano, para cortar a sua dívida pública para metade.

Paul De Grauwe, economista belga da London School of Economics and Political Science, apresentou em Lisboa números com a sua visão para o futuro, advogando «paciência» porque o trajeto, até números mais comportáveis de dívida, será longo.

Partindo de um cenário de dívida pública de 120%, De Grauwe diz que num cenário de crescimento de 4% por ano, a dívida será reduzida para 60% num prazo de 15 anos. Outros cenários, de crescimentos a 3% ou 2%, alongam tal prazo para 20 e 30 anos, respetivamente.

Falando no final do primeiro dia da conferência 'Afirmar o futuro - políticas públicas para Portugal', organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian, o economista frisou que a crise das dívidas soberanas da zona euro ainda não terminou, tendo reconhecido que a austeridade era necessária mas a aplicação dos programas de consolidação orçamental deveria ter sido mais prolongada.

Diversos países continuarão «nas próximas décadas» a viver com um «legado de níveis de dívida insustentáveis», e é necessário uma «vontade dos credores» para aceitar reestruturações da dívida desses países, caso contrário suceder-se-ão «décadas de destruição do tecido social e político», alertou.

«Quanto mais forte é o programa de austeridade mais profunda é a queda do PIB», sublinhou, fazendo-se valer de gráficos que analisavam a situação macroeconómica dos países da zona euro nos últimos anos, com foco em países que estão ou estiveram sob programas de resgate, como Portugal.

Continue a ler esta notícia

Relacionados