SCUT: moradores de Aveiro aprovam moção contra portagens

A Assembleia Municipal de Aveiro aprovou por maioria uma moção contra a introdução de portagens nas vias rápidas envolventes a Aveiro, nomeadamente na A17, A29 e A25.

O documento foi aprovado pelo PSD, CDS-PP, PS e PCP. Bloco de Esquerda optou por apresentar uma moção independente, que viria a ser chumbada, escreve a Lusa.

A moção considera que a introdução de qualquer medida que venha a onerar os utilizadores destas vias, «afectará irreversivelmente a mobilidade sustentada que Aveiro tem como necessária e fundamental para o seu desenvolvimento e integração solidária da sua população».

«Esta medida, a ser implementada, discriminaria pela negativa os cidadãos de Aveiro, que seriam cobrados por trajectos rápidos urbanos, ao contrário do que se iria verificar noutras cidades portuguesas», segundo o mesmo documento.

Os subscritores lembram ainda que as vias em causa «estruturam e complementam» uma rede viária concelhia «que se encontra, há muito, saturada», sublinhando que só a EN 109, recentemente municipalizada, registava em 2004 mais de 30 mil veículos/dia, segundo o Estudo de Tráfego EN 16/EN 109.

A moção que foi aprovada será agora enviada ao Ministério das Obras Públicas.

A concessão da Costa de Prata, que engloba a A17 a A29 e um troço da A25, é uma das três SCUT (auto-estradas sem custos para o utilizador) em que o Governo pretende introduzir portagens a partir de 1 de Julho. As outras auto-estradas são: Norte Litoral e Grande Porto.

Deputados dos distritos discutem decisão com Governo

Entretanto, os deputados socialistas dos distritos abrangidos pela introdução de portagens nas SCUT vão debater a medida com o Governo, adiantou esta quinta-feira o líder da bancada parlamentar do PS.

Francisco Assis falou aos jornalistas no final de uma reunião da bancada parlamentar socialista em que esteve em cima da mesa a introdução de portagens nas SCUT.

O presidente do grupo parlamentar disse ver com naturalidade o debate sobre esta medida, que também «suscita discussão no país», pelo que considerou normal que deputados dos distritos abrangidos transmitam «as preocupações do seu eleitorado».