Parques de campismo beneficiam com a crise em Portugal - TVI

Parques de campismo beneficiam com a crise em Portugal

Praia

Os parques de campismo, em Portugal, sentiram um «boom» de clientes nos fins-de-semana de Julho e Agosto, relativamente ao ano passado. O que quer dizer que as férias de muitos portugueses, durante o Verão de 2005, ficaram reduzidas a finais de semana, devido à crise.

O sentimento do sector é positivo, pelo menos na opinião de alguns responsáveis de parques de campismo do país contactados pela Agência Financeira.

O Parque de Campismo Sitava, um dos mais antigos da Costa Vicentina, conta com mais de 20 anos de experiência como albergue de campistas de toda a parte. O responsável pelo parque, João Eira, disse à Agência Financeira que «neste sector não se têm notado os efeitos da crise económica», pois os parques de campismo continuam a ser a alternativa aos preços praticados para arrendar casa e ficar em hotéis.

Já o Parque de Campismo Municipal, em Vouzela, perto de Viseu, «trabalha durante o ano inteiro, mas aos fins-de-semana há um maior número de pessoas do que durante a semana. Esta é a única diferença entre este ano e o ano passado», segundo a colaboradora do parque, Margarida Oliveira.

Em termos de crescimento, Margarida Oliveira admite «uma ligeira subida, mas apenas aos fins-de-semana, que em média costumam ter à volta de 1.500 pessoas».

«Nota-se que as pessoas não têm dinheiro, então preferem estar pouco tempo, mas usufruir, não fazendo gastos supérfluos. As rendas das casas aqui na zona são muito caras, 15 dias são 250 contos», acrescenta a colaboradora do parque.

A colaboradora do Parque de Campismo Municipal de Vouzela, diz que «o sentimento do sector é positivo, a crise económica que Portugal atravessa não afecta o sector, porque acampar ainda sai mais barato do que ir para um hotel ou arrendar uma casa. Até final de 2005 prevemos abrir mais uma unidade em Coimbra».

Sector representa 16% das dormidas nacionais de turismo

O presidente da Associação Portuguesa de Empresários de Camping e Hotelaria de Ar Livre (AECAMP), Manuel Dias, expressa também um sentimento positivo em relação ao sector. De acordo com presidente, «regista-se um aumento da procura a nível nacional no primeiro semestre, comparativamente ao mesmo período do ano passado, excepcionado o efeito do Euro 2004 que, como se sabe, foi um período de grande impacto nas dormidas do Turismo em Portugal.»

O sector do Campismo e Hotelaria de Ar Livre «atinge cerca de 16% no total das dormidas nacionais em alojamento turístico o que denota o seu especial significado, enquanto opção de férias de famílias portuguesas e estrangeiras», acrescenta Manuel Dias.

«O campismo é uma forte alternativa de opção de férias, relativamente a outras modalidades mais caras e, por isso, estamos expectantes que este sector não venha a ser muito afectado», acrescenta.

O mesmo responsável considera ainda que hoje em dia já não existe grande diferença entre o turista de Parques de Campismo e o turista de outros empreendimentos turísticos.

Acampar é uma real opção de férias para milhares de famílias nacionais e estrangeiras, simplesmente porque gostam do convívio com a Natureza.

Já no que se refere ao mercado estrangeiro poderemos vir a assistir a algum decréscimo, tendo em conta a situação económica específica de alguns países europeus que têm vindo a apresentar-se como tradicionais fontes de turistas que procuram Portugal para passarem férias em parques de campismo, como a Alemanha e a França.
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