Portugueses são recordistas na fuga aos impostos

A progressiva melhoria da eficácia da administração fiscal nos últimos anos não foi suficiente para melhorar a posição portuguesa nos pouco abonatórios «rankings» internacionais: as dívidas fiscais representam 38% do total das receitas tributárias, um valor que não encontra paralelo na Zona Euro, diz o «Jornal de Negócios».

Inédito no quadro internacional é também o número médio de processos de execução fiscal que cada contribuinte enfrenta: 38, revela o último relatório da OCDE onde se avalia a eficácia de diversos sistemas fiscais na recolha de impostos.

As estatísticas mostram que Portugal tem entre 10 e 14 mil milhões de euros em dívidas fiscais por cobrar. O valor corresponde a cerca de 10% da riqueza produzida num ano, e daria para pagar, por exemplo, cinco planos anti-crise, mais de dez pontes Vasco da Gama ou mais de três défices orçamentais.

Só as dívidas em execução fiscal representam 38% das receitas fiscais cobradas, uma marca isolada no contexto da Zona Euro, e que, entre os 30 países da OCDE, só é ultrapassada pela Eslováquia. Espanha, França e Alemanha têm níveis de incumprimento bem abaixo dos dois dígitos.