BES: Madeira envolvida - TVI

BES: Madeira envolvida

  • Portugal Diário
  • 3 nov 2006, 22:19

Espanha: operação detecta fraude fiscal de 1.800 milhões de euros

As buscas feitas quinta-feira nas sedes do BES e de outras entidades financeiras em Espanha permitiram desarticular uma rede empresarial de fraude fiscal num valor de mais de 1.800 milhões de euros, informou esta sexta-feira a Guarda Civil, escreve a Lusa.

Em comunicado, a Guarda Civil refere que a rede envolvia empresas criadas na Madeira e usava uma filial do BES na ilha, tendo sido detectada no âmbito da operação Sueter, que envolveu equipas da Guarda Civil e do Gabinete Nacional de Investigação de Fraude (ONIF), da Agência Tributária espanhola.

Os agentes das duas estruturas realizaram quinta-feira cinco buscas em Madrid e seis em Barcelona, em dependências do BES, do BNP Paribas e do grupo segurador Cahispa.

«Foi desarticulada uma rede empresarial criada para ocultar a origem e a propriedade de grandes fundos de dinheiro depositados em entidades bancárias espanholas em contas de não residentes», refere o comunicado.

No âmbito da operação foram bloqueadas contas num valor superior a 1.800 milhões de euros, refere a Guarda Civil, explicando que os fundos eram retirados de Espanha através de uma rede de contas cujos titulares eram sociedades «trust» criadas na Madeira e noutros países.

«Posteriormente, destes países os fundos eram presumivelmente enviados a outras entidades bancárias no estrangeiro para, finalmente, através do Luxemburgo, voltar a entrar em entidades bancárias em Espanha, mas no nome de sociedades não residentes», refere o comunicado.

«Algumas dessas sociedades não residentes foram criadas por uma filial do BES na Madeira. A estrutura particular destas sociedades impede normalmente que se conheça o verdadeiro dono já que à frente deles está um gestor ou testa-de-ferro, cuja localização é de extrema dificuldade», sublinha o comunicado.

O comunicado refere que a sociedade filial do BES no Funchal «responsabilizava-se unicamente por apresentar contas perante as autoridades fiscais portuguesas».
Continue a ler esta notícia