Socrates diz que Autoeuropa não sai de Portugal

O primeiro-ministro, que falava aos jornalistas à entrada para a Cimeira Governo/Empresas, organizada pelo Jornal de Negócios, afirmou que a actual tensão entre a administração e os trabalhadores da Autoeuropa é «natural» e manifestou-se convicto num acordo.

«A hipótese da Autoeuropa deixar Portugal não tem um mínimo de consistência», afirmou.

José Sócrates manifestou confiança no sentido de responsabilidade de ambas as partes, que permitirá obter um acordo que privilegie a continuação da Autoeuropa em Portugal e assegure os postos de trabalho.

A administração da Autoeuropa e os trabalhadores da empresa continuam sem consenso sobre um novo acordo laboral que deveria ter entrado em vigor em Setembro, uma situação que, segundo o director de recursos humanos da empresa, Julius Von Ingelheim poderia pôr em causa a fábrica de Palmela.

O último acordo laboral na Autoeuropa foi alcançado há dois anos e traduziu-se na manutenção dos postos de trabalho em troca do congelamento salarial e da redução de dias de trabalho.

Depois de dois anos sem aumentos salariais, os trabalhadores da Autoeuropa começaram por exigir aumentos na ordem dos 5%, que depois baixaram para valores entre os 3 e os 4%, considerando inaceitáveis os 2,5% propostos pela administração para vigorar durante 15 meses.