Mari Luz: suspeitos na prisão - TVI

Mari Luz: suspeitos na prisão

  • Portugal Diário
  • 27 mar 2008, 16:08
Huelva: revolta de populares à chegada de suspeitos da morte de Mari Luz

Depois de oito horas no tribunal, os dois irmãos foram acusados de assassinar a pequena Mari Luz. Santiago foi ainda acusado de agressão sexual Cerca de 600 populares receberam suspeitos com gritos de «assassinos» e provocaram confrontos que fizeram três feridos

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Actualizada às 00h10

Os dois irmãos suspeitos ouvidos quinta-feira no Tribunal de Huelva, no âmbito do desaparecimento e morte de uma menina de 5 anos, ficaram em prisão preventiva, sem possibilidade de pagamento de caução, ambos acusados do assassínio de Mari Luz, informa a agência Lusa.

O principal suspeito, Santiago del Valle García, foi também pronunciado por agressão sexual à menina. Os suspeitos saíram do tribunal pouco antes da meia-noite e foram transportados para Estabelecimento Prisional de Huelva.

Entretanto, o Conselho-Geral do Poder Judicial em Espanha decidiu investigar os motivos pelos quais o suspeito não cumpriu dois anos de prisão a que foi condenado em 2002 por abuso sexual da sua filha.

Cerca de 600 de pessoas, segundo noticia a agência EuropaPress, furaram a barreira policial, esta quinta-feira, em Huelva, à chegada dos carros celulares que transportavam os suspeitos da morte de Mari Luz. A polícia foi obrigada a intervir para afastar a multidão que gritava: «assassinos!».

Segundo o relato em directo da SicNotícias, alguns repórteres de imagem foram atingidos nos confrontos, devido ao arremesso de pedras e algumas laranjas. Pelo menos, um dos repórteres foi atingido na cabeça por uma pedra e foi transportado ao hospital, depois dos desacatos e cargas policiais que atingiram indiscriminadamente jornalistas e populares.

A polícia no local tentou impedir o avanço dos populares, no entanto, as barreiras de segurança acabaram por ser todas derrubadas. As várias centenas dirigiram a sua raiva contra veículos da polícia, muitos dos quais ficaram com os vidros partidos.

Caixotes de lixo incendiados

Depois da entrada dos suspeitos no tribunal, os ânimos acalmaram. No entanto, os tumultos recomeçaram cerca das 18:30 locais (17:30 em Lisboa) quando as forças policiais que montaram um cordão de segurança em torno do tribunal foram atacadas por pedras, algumas das quais chegaram a cair sobre viaturas estacionadas na avenida Sundheim, onde se localiza o Palácio de Justiça.

A polícia recorreu a disparos para o ar e perseguiu os manifestantes, maioritariamente jovens, que atiravam pedras e incendiaram caixotes do lixo nas imediações. O ambiente esteve muito tenso, a polícia foi alvo de ataques com pedras.

Pelas 19:00 (18:00 em Lisboa), a polícia acabou por expulsar todos os populares que se encontravam frente ao tribunal, recorrendo a disparos para o ar.

Jornalistas feridos

Para além do repórter de imagem do Canal 4, atingido na cabeça por uma pedra e transportado ao hospital, uma jornalista da rádio Onda Cero, de Huelva, ficou com um ferimento ligeiro num lábio e uma jornalista da TVI foi ligeiramente ferida por uma pedra que a atingiu de raspão na cabeça.

Segundo dados da polícia de Huelva, foi enviada para o local uma unidade de anti-distúrbios de Sevilha, com 50 elementos, que foram apoiados por agentes da polícia nacional de Huelva e da polícia local.

Mari Luz foi «tocada»

O principal suspeito da morte de Mari Luz, Santiago del Valle García, foi detido quarta-feira, juntamente com dois irmãos e a mulher. O suspeito estava fugido à Justiça por crimes de abuso sexual de menores, pelos quais já tinha sido anteriormente condenado a penas de prisão, que nunca foram cumpridas, informaram fontes judiciais.

Segundo noticia o site do jornal espanhol ABC, Santiago del Valle, terá confessado à polícia que «tocou» em Mari Luz no dia da sua morte. Não há confirmações oficiais sobre os detalhes da confissão, no entanto, fontes judiciais adiantam que o suspeito terá confessado estar obcecado pela menina.

Mari Luz terá sido atraída à casa de Santiago através de um brinquedo e depois terá sido tocada nas nádegas.
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