Mari Luz: suspeito estava fugido à Justiça

O principal suspeito da morte de Mari Luz estava fugido à Justiça por crimes de abuso sexual de menores, pelos quais já tinha sido anteriormente condenado a penas de prisão, que nunca foram cumpridas, informaram esta quinta-feira fontes judiciais, escreve a Lusa.

Santiago del Valle García, de 52 anos, ainda não tinha cumprido uma pena de dois anos e nove meses de cadeia imposta em 2002 pelo abuso sexual da sua filha, de cinco anos. Dois anos depois foi condenado, noutro processo, a uma pena de dois anos de cadeia pelo abuso de uma outra menina de nove anos.

A primeira condenação foi imposta por um tribunal penal de Sevilha, que o considerou culpado do abuso sexual da filha, impondo uma pena que nunca foi cumprida, porque Valle Garcia estava em paradeiro desconhecido.

Há ainda registo de um segundo processo, em Dezembro de 2004, de um tribunal também em Sevilha que o condenou pelo abuso de uma menina de nove anos que surpreendeu na escada da sua casa. No segundo caso, que Valle Garcia admitiu, o abuso da menor parou devido à chegada ao local de uma vizinha, que relatou que o suspeito fugiu com os sacos de compras que a criança trazia consigo.

Já no primeiro processo, envolvendo a sua filha, o processo refere que os actos de abusos eram do conhecimento da mãe da criança, detida também na terça-feira - e posteriormente libertada - por alegado envolvimento na morte de Mari Luz.

Acusou professor de abusos à filha



Suspeito do abuso da filha, ao longo de vários anos, Valle Garcia chegou mesmo a acusar o professor de ginástica da criança de responsabilidade pelos abusos que suscitaram análises médicas.

O homem chegou ao ponto de exigir uma indemnização do professor, acusando directamente as autoridades educativas de responsabilidade no caso, sobre o qual fez várias declarações a televisões e órgãos de informação locais.

Santiago del Valle García foi ao início da manhã de hoje transferido da Delegação da Polícia Nacional de Cuenca para o Tribunal de Instrução 1 de Huelva, onde será hoje ouvido como suspeito na morte de Mari Luz.