Controlador aéreo dormiu duas horas - TVI

Controlador aéreo dormiu duas horas

  • Portugal Diário
  • 31 ago 2005, 17:59

No dia do acidente aéreo no aeroporto de Lexington, no Kentucky, apenas ele estava de serviço

O funcionário trabalhou com apenas duas horas de sono, de acordo com a porta-voz do NTSB, a organização que está a investigar o acidente.

O controlador aéreo afirmou que trabalhou na torre do aeroporto das 6h30 até às 14h30 de Sábado, tendo regressado ao trabalho às 23.30 do mesmo dia, para outro turno de oito horas, que acabou às 08h00 de Domingo. «O funcionário alertou a equipa que apenas tinha dormido duas horas», disse a porta-voz da organização à CNN.

De acordo com a lei norte-americana, os controladores aéreos são obrigados a ter uma pausa de oito horas entre turnos, «e este funcionário teve direito a nove».

O voo da Comair 5191 descolou na pista errada na manhã de Domingo, quando o controlador estava ocupado a tratar de documentação. Foi ainda apurado que a tripulação tinha entrado no avião errado nessa manhã.

Das 50 pessoas no avião, só o piloto sobreviveu. Encontra-se em estado crítico no hospital de Lexington. A Agência Federal de Aviação (FAA) apurou que o aeroporto violou os regulamentos, ao ter apenas um controlador aéreo a trabalhar, quando devia ter dois. Um para controlar o tráfego no radar e o outro para desempenhar as restantes funções na torre.

«Ele autorizou o avião a descolar, virou costas, e ocupou-se das tarefas administrativas da torre», segundo a porta-voz. A tripulação devia ter descolado da pista número 22 que tem 2 quilómetros de comprimento e é usada por aviões comerciais, mas partiu da pista 26, que tinha metade do tamanho.

O controlador referiu que via perfeitamente as duas pistas, mas como não estava a monitorizar o tráfego, só se apercebeu do erro quando ouviu o desastre. «Estes funcionários não são responsáveis por verificar se os aviões estão ou não na pista certa, apenas os autorizam a descolar», disse piloto.

Estão a ser levadas a cabo investigações para apurar como foram as últimas 72 horas da vida dos pilotos através de exames toxicológicos.
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