Campanha irónica "ensina" a abortar - TVI

Campanha irónica "ensina" a abortar

Grávida (arquivo)

"Tutoriais" polémicos em vídeo de uma campanha pró-aborto terapêutico no Chile estão a ser alvo de fortes críticas

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"Compre um sapato de salto alto, de princesa, como sempre sonhou. Pegue numa faca e danifique o salto. Vá para a rua, ande com calma até encontrar uma boca-de-incêndio. Quando encontrar, faça com que o salto se parta e caia com a barriga sobre a boca-de-incêndio, com força. Grite bastante e vão achar que o seu aborto foi um acidente."
 
Esta é apenas uma das várias instruções para fingir um aborto acidental que faz parte de uma campanha a favor da legalização da interrupção voluntária da gravidez, levada a cabo pela ONG Miles, que está a causar polémica no Chile, noticia a BBC News.
 
"No Chile, um aborto acidental é o único aborto que não é delito", concluem os vídeos, em forma de tutorial, que estão a causar indignação no país, mas que já tiveram milhares de visualizações. Os vídeos são de apoio a uma lei que permita o aborto em caso de risco de vida da mãe ou de violação, por exemplo.
 
Ser atropelada e cair de uma escada são outras das "sugestões" que as vozes críticas temem poder ser seguidas de facto pelas mulheres que desejem abortar.
 

"Obviamente, não estamos a dizer para as mulheres provocarem um acidente. Acho que fomos responsáveis. Estes vídeos são polémicos e abrem uma discussão”, defende a responsável pela campanha, Claudia Dides, citada pela BBC.

"A mensagem principal é que no Chile as mulheres estão tão desesperadas por não ter acesso a um aborto terapêutico que têm que chegar a provocar abortos 'acidentais'", acrescenta a responsável.

 
O projeto de lei e a campanha sofrem oposição da Igreja Católica e de grupos conservadores no Chile.
 

"Dar informações de maneira tão leviana causa mais controvérsia e pode provocar um problema de saúde pública mais do que elevar o nível do debate", diz Jorge Acosta, do Instituto Republica.
 
"Sem dúvidas houve casos dramáticos no Chile, como de crianças e adolescentes, houve o caso de uma menina de 11 anos que foi violada, mas o dano que o aborto provocaria nesta menina é maior do que se ela tiver o bebé", defende o mesmo responsável.

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