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Indonésia: presidente promove cunhado

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Kopassus será o novo chefe das Forças Especiais. Activistas de direitos humanos estão revoltados

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O Presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, promoveu esta semana o cunhado à chefia das Forças Especiais do país, o Kopassus, uma escolha condenada por activistas de direitos humanos, avança a agência Lusa.

Susilo Bambang Yudhoyono anunciou esta semana em Jacarta a promoção do brigadeiro-general Pramono Edhie Wibowo ao comando do Kopassus, uma unidade de elite das Forças Armadas Indonésias (TNI) com uma longa história de abusos no próprio país e em territórios como Timor-Leste, Aceh e Papua.

O brigadeiro-general Wibowo, irmão da primeira-dama indonésia, Ani Yudhoyono, é suspeito de envolvimento na grande onda de violência que varreu Díli nos dias a seguir à consulta popular de 30 de Agosto de 1999, onde os timorenses escolheram a via da independência.

Segundo os autores da obra «Masters of Terror» (disponível em livro e numa página de Internet), Pramono Edhie Wibowo comandava em 1999 o Grupo 5 do Kopassus, que desembarcou em Díli a 05 de Setembro. No dia seguinte, a residência do bispo Xímenes Belo, em Díli, foi atacada.

Pramono Edhie Wibowo graduou-se na Academia Militar indonésia em 1979. Ocupava, desde Setembro de 2007, o posto de ajudante-de-campo do comandante militar da região Diponegoro, em Java Central.

Antes disso, o cunhado do Presidente foi o segundo-comandante do Kopassus durante dois anos.

Trampolim para cargos mais estratégicos

Como recordou esta semana a imprensa indonésia, a chefia do Kopassus é normalmente um trampolim para cargos mais estratégicos, incluindo o comando da região militar de Jacarta, a capital do país.

A promoção do cunhado do Presidente Bambang à chefia do Kopassus «é o último exemplo do falhanço da Indonésia em lidar com a sua longa e sórdida história de violações em Timor-Leste e noutras regiões», acusou a organização internacional ETAN (East Timor and Indonesia Action Network).

«Em vez de promover alegados suspeitos de violar direitos humanos, a Indonésia devia garantir que os oficiais superiores responsáveis por crimes no passado fossem levados a tribunal», declarou o coordenador nacional da ETAN, John Miller, num comunicado distribuído em Nova Iorque.

John Miller recordou que, em Abril deste ano, a Administração norte-americana interditou o Kopassus à cooperação militar dos EUA.
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