Milhares no funeral de Suharto (fotos) - TVI

Milhares no funeral de Suharto (fotos)

  • Portugal Diário
  • 28 jan 2008, 11:24
Funeral de Estado para Suharto - Foto Lusa/EPA

Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, escusou-se a tecer qualquer comentário sobre o ex-ditador

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O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, escusou-se esta segunda-feira, em Bruxelas, a tecer qualquer comentário sobre o ex-ditador indonésio Suharto, falecido domingo em Jacarta, por «respeito pelos mortos», escreve a Lusa.

«Tenho respeito pelos mortos independentemente daquilo que foi a sua vida, por isso não gostaria de fazer qualquer comentário neste momento», declarou Amado, à entrada para uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia.

Suharto, que em 1975 ordenou a ocupação de Timor-Leste, antiga colónia portuguesa, durante a qual foram mortos cerca de 200.000 timorenses, faleceu domingo em Jacarta, aos 86 anos, tendo o funeral sido realizado esta segunda-feira na sua terra natal de Solo, Java Central.

Milhares assistem ao funeral

Dezenas de milhares de indonésios assistiram ao funeral de estado do antigo ditador Suharto, louvando o aliado dos EUA na guerra fria e responsável por centenas de milhares de mortes de oposicionistas e independentistas.

Suharto morreu no domingo após 23 dias de internamento hospitalar. Tinha 86 anos e era considerado o mais corrupto dos ditadores, tendo amealhado em bancos no estrangeiro uma fortuna avaliada entre 10 a 20 mil milhões de euros.

O corpo do antigo ditador foi depositado no mausoléu da família na sua terra natal de Solo, Java Central, a 400 quilómetros a leste de Jacarta.

«Um dos melhores filhos da Indonésia»

O Presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, que determinou uma semana de luto nacional, deu início à cerimónia, apelando aos indonésios a prestarem «homenagem a um dos melhores filhos da Indonésia».

«Oferecemos o seu corpo e as suas realizações à pátria», disse Yudhoyono. «O seu serviço é um exemplo para nós».

«Que Deus abençoe a sua alma e perdoe os seus erros e pecados», disse Agung Laksono, presidente da Câmara dos Representantes da Indonésia.

Apoiantes de Suharto apelaram ao perdão do antigo ditador, mas sobreviventes das atrocidades exigem o apuramento de responsabilidades.

«Não consigo compreender porque é que tenho de perdoar a Suharto, se ele nunca admitiu as suas culpas», disse Putu Oka Sukanta, que passou uma década na cadeia por causa das suas ideias de esquerda.

Xanana Gusmão presente

Entre os representantes estrangeiros presentes encontrava-se o primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, ele próprio prisioneiro nas cadeias da ditadura de Suharto.

Xanana explicou que a sua presença se deve à vontade de «esquecer o passado» e construir um novo relacionamento com a Indonésia.
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