Gripe das aves: contágio entre humanos

A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou esta quinta-feira que um paquistanês vítima da gripe das aves tinha contraído o vírus H5N1 de um outro humano, mas afastou qualquer risco de contaminação generalizado.

Análises efectuadas em laboratório permitiram estabelecer que o paciente fora atingido pela estirpe mais letal da gripe das aves quando não estava em contacto com aves contaminadas, explicou o porta-voz da OMS, John Rainford.

«Estamos na presença de uma pessoa que não foi exposta directamente a aves infectadas. Isso evoca uma transmissão limitada do vírus do homem ao homem», disse.

Contaminações entre humanos foram assinaladas nos últimos meses no Vietname, no Camboja e na Indonésia e não são propagadas a mais de uma pessoa. Um caso suspeito na China foi desmentido no início do mês pelas autoridades chinesas.

Os peritos temem que uma mutação do vírus H5N1, a estirpe mais letal da gripe das aves, o torne contagioso e provoque uma pandemia como a da gripe espanhola que matou dezenas de milhões de pessoas em 1918.

Mas as análises efectuadas no caso paquistanês não mostram «qualquer sinal de transmissão inter-humana de envergadura», sublinhou Rainford, acrescentando que «a ameaça» para a humanidade não mudou.

Três irmãos infectados

A 15 de Dezembro, Islamabad anunciou os seis primeiros casos de infecção humana com o vírus H5N1 no Paquistão, e a primeira morte.

Seis pessoas, entre as quais três irmãos, foram infectadas na Província Fronteira do Noroeste, numa localidade situada a cerca de 50 quilómetros a norte de Islamabad. O homem que morreu, na casa dos 30 anos, tinha como tarefa eliminar os animais contagiados numa exploração de galinhas infectadas pelo vírus H5N1 em Outubro.

Na data de 26 de Dezembro, a OMS tinha registado desde 2003 342 casos de gripe das aves em 13 países, 211 dos quais mortais.