O juiz espanhol Rafael Tirado cometeu uma «falta muito grave de desatenção» por não ter ordenado a execução da sentença por abusos sexuais a que foi condenado o principal suspeito da morte da criança de Huelva, Mari Luz Cortés, informa a Lusa.
Um «expediente disciplinar» nesse sentido contra o juiz foi esta segunda-feira aprovado por unanimidade na comissão disciplinar do Conselho Geral do Poder Judicial (CGPJ), que aprovou assim um parecer do seu próprio serviço de inspecção.
Fontes do CGPJ explicaram esta segunda-feira que o juiz poderá ser sancionado com a transferência compulsiva, a suspensão até três anos ou o afastamento da carreira judicial pelo que se considera ter sido uma «falta muito grave de desatenção» no caso.
Funcionários também estão a ser investigados
Na decisão desta segunda-feira, o CGPJ pede também que os funcionários envolvidos no caso sejam alvo de uma investigação paralela.
«O juiz tem a obrigação profissional de impulsionar e controlar a realização de todos os actos processuais necessários para obter a execução de todas as sentenças e controlar a actuação dos seus colaboradores», recordou esta segunda-feira Enrique López, porta-voz do CGPJ.
«Aprecia-se que (neste caso) possa ter havido uma certa passividade, um abandono de funções e uma ausência do controlo deste pessoal», sublinhou.
![Mari Luz: acção disciplinar contra juiz - TVI Mari Luz: acção disciplinar contra juiz - TVI](https://img.iol.pt/image/id/9618558/400.jpg)
Mari Luz: acção disciplinar contra juiz
- Redação
- 7 abr 2008, 17:08
![Encontrado corpo de Mari Luz - Foto Lusa/EPA](https://img.iol.pt/image/id/9618558/1024.jpg)
Rafael Tirado poderá sofrer suspensão ou afastamento da carreira judicial
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