O Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta, afirmou esta quinta-feira à Lusa que não guarda «rancor» do antigo chefe de Estado indonésio Suharto apesar de ter sido responsável por milhares de mortos.
«Que Deus, o todo poderoso e misericordioso, o tenha em sua graça», comentou o chefe de Estado timorense a propósito do ex-ditador indonésio, de 86 anos, que continua hospitalizado em estado grave, em Jacarta.
Suharto sofre de falência em vários órgãos, pneumonia e uma infecção sanguínea, informaram os médicos.
«O homem presidiu a uma ditadura que ensanguentou a Indonésia, com centenas de milhares de mortos, nos anos 60», recordou José Ramos-Horta.
Suharto sofre falência de órgãos
Indonésia: Suharto piorou nas últimas horas
Além disso, «presidiu à invasão e ocupação de Timor-Leste, durante 24 anos, responsável por dezenas de milhares de mortos», acrescentou.
No entanto, «nestas horas, nenhum de nós deve guardar rancor», afirmou José Ramos-Horta.
«Oremos a Deus para que o receba no seu seio», disse.
Ramos-Horta diz que Timor ajuda à queda de Shuarto
Para o antigo representante da resistência timorense no exterior, «Timor contribuiu sem dúvida para a queda de Suharto».
A ocupação indonésia, entre 1975 e 1999, «foi uma das feridas que sangrou o prestígio indonésio e a sua economia», recordou José Ramos-Horta.
«Mas a queda do regime deveu-se à corrupção e má gestão do país», frisou o presidente timorense.
Segundo Ramos-Horta, «Suharto presidiu à recuperação económica da Indonésia, mas, ao fim de algum tempo, os êxitos que conseguiu na área económica foram comprometidos pela corrupção desenfreada da sua família e de centenas de beneficiários».
Ramos-Horta não guarda rancor a Suharto
- Portugal Diário
- 17 jan 2008, 12:21
Presidente da Répública de Timor-Leste não deseja mal ao antigo chefe de Estado indonésio
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