A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch recebeu dezenas de testemunhos de torturas sistemáticas e brutais, incluindo choques eléctricos e abuso sexual, infligidas a detidos numa prisão secreta de Bagdad. A Human Rights Watch entrevistou mais de 40 pessoas, incluindo um britânico com dupla nacionalidade que disse que os interrogadores do Exército iraquiano são os responsáveis.
A organização de defesa dos direitos humanos, citada pela BBC News, garante que os testemunhos são «credíveis e consistentes». A mesma organização afiança que a tortura é «rotineira e sistemática».
Mais de 400 prisioneiros afirmam ter sido mantidos no centro secreto de detenção numa base aérea em Bagdad. Um dos prisioneiros, um homem de 68 anos com dupla nacionalidade, inglesa e iraquiana, conta que foi brutalmente espancado, sodomizado e que lhe foram infligidos choques eléctricos nos órgãos genitais.
A Human Rights Watch diz que que este homem e os companheiros de prisão foram acusados de cumplicidade com o terrorismo, embora nenhum deles tenha sido oficialmente acusado.
A BBC falou com outros homens libertados desse centro de detenção, que contam histórias semelhantes.
«A tortura começou quando eles colocaram os sacos de plástico sobre as nossas cabeças. A seguir torturaram-nos com choques eléctricos depois de derramarem água sobre os nossos corpos», afirmou uma dessas testemunhas.
As autoridades iraquianas negam a existência de centros secretos de detenção e garantem que o abuso nas prisões não é endémico. Mas a verdade é que não é a primeira vez que surgem este tipo de denúncias.
Em 2006, o relator especial da ONU sobre tortura já tinha dito que a situação estava «fora de controlo» e que assume proporções maiores e mais graves do que acontecia durante o regime de Saddam Hussein.
De acordo com a BBC, o centro de detenção em causa foi entretanto encerrado. Alguns dos detidos foram libertados, embora a maioria tenha sido transferida para uma prisão diferente.
Tortura em prisão secreta de Bagdad
- Redação
- AR
- 28 abr 2010, 11:36
A denúncia é da Human Rights Watch, que afirma ter recolhido dezenas de testemunhos «credíveis e consistentes»
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