Espanhóis imitam «geração à rasca» e saem à rua

Depois de Portugal, a Espanha. Não é o FMI, mas o percurso de precariedade tem semelhanças. Esta quinta-feira a «juventude sem futuro» espanhola saí às ruas do país para, tal como em Portugal, protestar contra a austeridade que não pára de aumentar nos países periféricos da Europa.

«Queremos recuperar a nossa capacidade para ser actores num motor de mudança, combatendo um país de precariedade», aponta o manifesto dos jovens espanhóis que seguem o exemplo do protesto «Geração à Rasca».

A união começou na Universidade de Filosofia de Madrid, mas rapidamente se estendeu a vários sectores da sociedade civil. À entrada da instituição pública é um grande cartaz que mostra as cores da indignação: amarelo com palavras a preto ilustram os gritos de revolta. «Sem casa, sem trabalho, sem pensões, sem medo».

«Eles [organização] têm contactado com as pessoas», declarou ao El País um dos professores que tem apoiado a iniciativa. De Madrid o protesto já alastrou a outras cidades espanholas, tal como em Portugal. Em Barcelona, onde os emigrantes portugueses também saíram à rua a 12 de Março, foram as redes sociais que deram lume ao protesto, que terá lugar na Praça da Universidade.

Questionados pela liderança do protesto, os organizadores garantem que não há líderes. Falam de uma plataforma que se organizou com reuniões e que aglomera diversas comissões. Garantem que têm jovens de várias universidades e que agrupam estudantes de vários níveis de ensino.

O protesto espanhol convocado para esta quinta-feira às 19:00 surge na sequência do protesto português como os próprios afirmam. A ideia é mostrar que Espanha também «não é um país para jovens», um dos slogans mais marcantes que os 300 mil portugueses, segundo a organização, levantaram nas ruas de Portugal.

Semelhanças que poderão ser as únicas. A manifestação convocada pelo Facebook está ainda longe da dimensão do protesto «Geração à Rasca». Na página da rede social, pouco mais de seis mil aderiram à iniciativa, apesar de o número ter duplicado nos últimos dias. Recorde-se que o protesto em Portugal tinha no Facebook uma adesão superior a 50 mil cibernautas e levou às ruas muitos milhares.

Em Espanha só mais logo se saberá.