O ministro do Interior mauritano, Yall Zakaria, declarou esta quarta-feira que os seus serviços privilegiam a pista terrorista no âmbito do inquérito sobre o assassínio segunda-feira de quatro franceses na Mauritânia por três mauritanos identificados como extremistas islâmicos.
«O ministro afirmou (...) que o ataque foi conduzido por extremistas» membros da Al-Qaeda e que os seus autores «foram identificados e estão a ser perseguidos», declarou o porta-voz do ministro, Mohamed Lemine Ould Chah, durante um encontro com partidos políticos.
O porta-voz confirmou também aos seus interlocutores «a entrada efectiva» no Senegal dos assaltantes, três mauritanos, dois dos quais identificados como sendo salafistas (extremistas islâmicos) próximos da Al-Qaeda, de acordo com a Procuradoria geral de Nouakchott.
O incidente ocorreu a cerca de 250 quilómetros a sudeste de Nouakchott e quatro cidadãos franceses morreram, entre os quais dois menores, e um quinto (todos pertencentes à mesma família) ficou gravemente ferido, depois de três indivíduos os terem obrigado a entregar-lhes todos os valores, alvejando-os a tiro antes de se porem em fuga para o Senegal onde continuam a ser activamente procurados.
O ministro indicou que os «terroristas beneficiaram de cumplicidades, até mesmo de cobertura, em Aleg, onde cometeram o seu crime abjecto», acrescentou o responsável mauritano, antes de referir a existência na Mauritânia de «células terroristas cujos elementos recebem treinos e apoios em países e regiões» que não quis nomear.
Lisboa-Dacar
Entretanto, a organização do rali Lisboa-Dacar2008 anunciou que vai reunir-se a partir de quinta-feira com as autoridades mauritanas para avaliar as condições de segurança para a prova, após o assassínio de quatro franceses naquele país africano.
A Mauritânia recebe em 2008 oito das 15 etapas do rali todo-o-terreno Lisboa-Dacar, que arranca da capital portuguesa a 05 de Janeiro e termina nas margem do Lago Rosa a 20.
A organização decidiu realizar este ano mais etapas na Mauritânia depois de ter excluído a passagem da caravana pelo Mali, por razões de segurança.
Agora, vai reunir-se com os responsáveis do país africano e da embaixada francesa para determinar se ainda estão reunidas condições para a passagem dos concorrentes pela Mauritânia.
Pista terrorista na morte de quatro franceses
- Portugal Diário
- 26 dez 2007, 22:02
Mauritânia: ministro do Interior aponta extremistas islâmicos, membros da Al-Qaeda, como autores dos homicídios
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