"Conceito de ameaça vai muito para além do que dantes associávamos ao estritamente militar" - TVI

"Conceito de ameaça vai muito para além do que dantes associávamos ao estritamente militar"

José Azeredo Lopes

Afirmação do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, após reunião da NATO. A NATO propõe fazer “uma espécie de manual de procedimentos: o que fazer perante a verificação de uma determinada a ameaça”

O ministro da Defesa disse esta terça-feira, no Luxemburgo, que o diagnóstico das ameaças híbridas (ações hostis contra Estados ou regiões) “está feito”, tendo sido definido “um caminho a curto prazo” para estreitar relações com a NATO para as enfrentar.

"Temos um diagnóstico e um caminho a curto prazo”, disse José Alberto Azeredo Lopes à Lusa, após ter participado na reunião do Conselho de Ministros da Defesa da União Europeia, dominado pelo tema das ameaças híbridas e no qual participou ainda o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.

“Hoje, o conceito de ameaça vai muito para além do que dantes associávamos ao estritamente militar e pode ter configurações como recentemente a Rússia mostrou num teatro de operações muito complicado como foi a Ucrânia”, salientou o ministro.

As ameaças híbridas referem-se a um misto de atividades, com a frequente combinação de métodos militares convencionais e não convencionais, que podem ser utilizados de forma coordenada por parte de intervenientes estatais e não-estatais, permanecendo, porém, abaixo do limiar de uma guerra formalmente declarada.

O seu objetivo é não apenas causar danos diretos e explorar vulnerabilidades, mas também desestabilizar as sociedades e criar incerteza no processo de tomada de decisões.

A NATO fez, na reunião, três propostas concretas, a primeira das quais a de se fazer “uma declaração conjunta onde cada uma das organizações destaca a importância que atribui para a sua segurança aos ataques híbridos”, explicou o ministro.

A segunda proposta é a de se fazer “uma espécie de manual de procedimentos: o que fazer perante a verificação de uma determinada a ameaça”, disse ainda.

José Azeredo Lopes explicou também que a terceira proposta da NATO é a da realização de exercícios de simulação, “embora eventualmente mais exercícios paralelos do que conjuntos”.

Os dois primeiros pontos, adiantou, receberam “um amplo apoio do conjunto dos Estados” e deverão ser novamente abordados no Conselho Europeu de junho e na Cimeira da Nato, em julho.

A Comissão Europeia propôs no dia 5 o reforço da resposta a ameaças híbridas e propôs hoje a adoção de um quadro comum para os Estados-membros que aumenta ainda a cooperação com parceiros como a NATO.

O Conselho de Ministros da Defesa da UE deu hoje o seu aval à proposta.

 

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