Depósito para bebés indesejados - TVI

Depósito para bebés indesejados

  • Portugal Diário
  • 17 mai 2007, 15:47

Hospital criou «caixa» para pais deixarem crianças de forma anónima

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Foi inaugurada a 10 de Maio, no Japão, uma divisão pública apelidada de «caixa dos bebés», a qual foi construída nas imediações de um hospital religioso, e onde se podem deixar recém-nascidos e bebés indesejados, de forma anónima, notícia a NBC.

A ideia do Hospital católico-romano Jikei, na cidade de Kumamoto, pretendia deste modo desencorajar abortos e criar uma alternativa que evitasse o abandono de crianças em locais públicos perigosos.

Menino de três anos abandonado no primeiro dia

A «Caixa dos bebés» tem gerado várias críticas no seio da comunidade japonesa, principalmente depois de ter surgido a notícia que dava conta de uma criança, de três anos, que tinha sido descoberta dentro da divisão após ter sido deixada pelo pai no primeiro dia do «serviço».

Vários jornais japoneses condenaram a actuação do progenitor e alertaram para o facto de o projecto da «Caixa» ser «abusivo» e poder traumatizar as crianças.

«Foi o meu pai que me deixou aqui»

O menino, que se encontra bem de saúde, disse que foi deixado pelo seu pai, que tinha chegou a ser visto a segurar a mão da criança nas imediações do hospital. De acordo com informações fornecidas pelos jornais, o pai e o menino teriam apanhado o comboio para a cidade de Kumamoto, embora não se tenha conseguido apurar a zona onde viviam.

«Vim com o meu pai para aqui» disse a criança de três anos, noticiou o jornal japonês Mainichi. Os órgãos de comunicação social divulgaram, ainda, que o menino identificou-se pelo nome, mas não ficou confirmado se o pai foi também identificado pela criança.

Entretanto, a revelação da idade do menino chocou os líderes políticos do país, com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, a afirmar que «depositar uma criança de forma anónima é inaceitável». Abe aproveitou, ainda, para aconselhar os pais com dificuldades em criar os filhos a procurarem sempre a ajuda de assistentes sociais em vez de recorrer ao abandono.

Incubadora disponível 24 horas



O hospital, mentor do projecto, recusou-se a comentar o caso alegando questões relacionadas com direitos de privacidade, embora tenha confirmado que a «caixa de bebés» dispõe de um limite de idade, destinando-se preferencialmente a recém-nascidos.



Entretanto, a polícia japonesa já veio a público, confirmar que nenhum crime foi cometido porque a criança foi deixada numa situação em que não estava exposta a ameaças imediatas, noticiou o jornal Kyodo News, esta quarta-feira.

Para além do serviço «caixa de bebés», o mesmo hospital criou também nas suas imediações, uma incubadora pública, que está aberta 24 horas por dia e na qual as pessoas podem deixar os bebés de forma anónima, com o objectivo de evitar os muitos casos de recém-nascidos abandonados em jardins e supermercados do país.
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