Prematuros: pequenas grandes vitórias - TVI

Prematuros: pequenas grandes vitórias

  • Portugal Diário
  • Sandra Moutinho da agência Lusa
  • 22 fev 2007, 18:00
Unidade cuidados intensivos a recem nascidos da Maternidade Alfredo da Costa (Foto Mário Cruz/Lusa)

Gémeas nasceram prematuras e juntas pesavam pouco mais de um quilo

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Andreia Adelaide e Ana Valentina nasceram no último Dia dos Namorados, com 24 semanas de gestação e as duas juntas pesavam pouco mais de um quilo, sendo actualmente as mais pequenas prematuras que tentam sobreviver na Maternidade Alfredo da Costa, noticia a agência Lusa.

A mãe destas prematuras, Elena Monteanu, que desde o passado dia 14 de Fevereiro acompanha o crescimento de cada grama das filhas, apanhou um susto quando soube que ia ter gémeos, mas o grande sobressalto chegou com a notícia de que a gravidez não estava a correr bem.

Uma ansiedade que terminou com um internamento seguido de uma cesariana de emergência, através da qual as meninas nasceram às 24 semanas de gestação.

Andreia Adelaide veio ao mundo com 490 gramas e Ana Valentina com 609.

Hoje, com uma semana de vida, as meninas já ganharam e perderam peso. Respiram com ajuda de ventilador e causam uma permanente ansiedade aos pais.

O dia a dia para esta moldava, que já tem uma filha de 13 anos e contava aumentar a família em Portugal, é passado à beira das filhas que estão na Unidade de Cuidados Intensivos a Recém Nascidos da MAC.

Pequenas, estas crianças exigem gigantes manobras e uma constante atenção, nomeadamente às máquinas que monitorizam o seu desenvolvimento.

Os pais acercam-se dos filhos como se tratassem de finas peças de porcelana, mas vão partilhando com eles o cheiro, o toque e os sons da vida fora do útero.

Todos eles vivem na esperança de uma boa notícia, como o aumento do peso dos filhos ou o fim da necessidade de ventilação assistida. A passagem das crianças para a Unidade de Cuidados Intermédios é igualmente bem recebida por estes pais ansiosos.

Bebés com bónus

Filipa Rodrigues passou os últimos anos a cuidar de bebés prematuros, mas é à beira da cama do filho Francisco, que nasceu com 27 semanas de gestação, que entende o verdadeiro significado da ansiedade dos pais destas crianças.

Enfermeira especialista na Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, Filipa Rodrigues há muito que sabe dos riscos da prematuridade.

Por esta razão, quando o evoluir da gravidez não se revelou o ideal, Filipa Rodrigues temeu que esta resultasse no nascimento de um prematuro.

Nascido com menos de um quilo, o Francisco tem evoluído «muito positivamente», sendo tratado pela melhor das enfermeiras, a mãe.

Sexta-feira, Francisco completaria 35 semanas de gestação se ainda estivesse na barriga da mãe. Cá fora, é a menina dos olhos dos pais e de outras profissionais, colegas da mãe.

Aliás, para as profissionais que trabalham com casos mais graves, de crianças nascidas com menos semanas de gestação e mais elevados graus de prematuridade, crianças como o Francisco são «muito grandes», como contou à Lusa a chefe do serviço, Odília Nascimento.

Sandra Moutinho com agência Lusa
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