Timor na «pista» dos suspeitos - TVI

Timor na «pista» dos suspeitos

Estado de sítio em Timor (Lusa)

Esperam-se detenções nas próximas 24 horas. ONU recomendou quatro, mas foram emitidos 18 mandados de captura. Prevista segurança reforçada no funeral de Reinado. Portugal pode enviar investigadores criminais para Timor Aberta caça ao homem

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[Última actualização às 15h]

As autoridades timorenses ainda não detiveram qualquer suspeito do duplo atentado que ocorreu domingo contra o primeiro-ministro Xanana Gusmão e presidente Ramos-Horta, que ficou gravemente ferido.

Apesar do relatório preliminar da ONU apontar apenas para quatro suspeitos, o procurador-geral da República emitiu 18 mandados de captura.

«A investigação recomenda quatro mandados de captura. Não consigo explicar esta discrepância de números», disse ao PortugalDiário a porta-voz da missão da ONU em Timor, Allison Cooper.

Na manhã desta quarta-feira, o procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, confirmava o número de mandados emitidos: «A lista preliminar contém 18 nomes e pode ser ampliada em função dos avanços da investigação».

A porta-voz da ONU acredita que «nas próximas 24 horas haverá alguma informação sobre detenções». Allison Cooper considera que, tratando-se de suspeitos bastante armados, a polícia deverá ter de recorrer à ajuda dos militares, até porque «podem estar nas montanhas», onde o acesso é difícil.

O presidente interino de Timor, Fernando «La Sama» de Araújo pediu ajuda para a composição de uma comissão internacional de inquérito ao duplo atentado.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português apoiou a criação desta comissão e afirmou a disponibilidade de Portugal participar nessa investigação. «A ideia de uma comissão de inquérito internacional parece-me muito importante, fundamental, pois o que se passou em Díli, do ponto de vista dos interesses de um pequeno Estado em formação, tem de ser avaliado até às últimas consequências e devidamente investigado», disse Luís Amado.

Rui Pereira, ministro da Administração Interna, já tinha referido que Portugal está disposto a enviar uma unidade de investigação criminal da GNR para Timor, apesar da decisão ainda estar a ser analisada com as autoridades locais. «Estamos dispostos a responder sim ao pedido e no âmbito do contingente da GNR criar valências que ajudem a desenvolver a investigação criminal» nas forças policiais timorenses, afirmou, citado pela Lusa.

O ministro adiantou ainda que seria «útil no futuro diversificar a contribuição da GNR», nomeadamente ajudar as forças de segurança timorenses a garantir «valências de investigação criminal».

Apesar desta intenção, o Departamento Nacional de Investigação timorense, tutelado pela ONU, já tem entre os seus investigadores alguns portugueses, nomeadamente, dois investigadores criminais da PSP e um da GNR, segundo apurou o PortugalDiário.

Reinado enterrado quinta-feira

O corpo do major Alfredo Reinado foi esta quarta-feira entregue ao pai adoptivo, em Díli, e o enterro está previsto para quinta-feira à tarde. Este será um momento em que as autoridades estarão particularmente atentas, estando previsto um reforço de segurança a acompanhar o funeral.

Não foi divulgado o número de agentes envolvidos, mas Díli é policiada diariamente por 600 polícias, segundo dados da ONU.

Mais dez dias de estado de sítio

Não existem notícias de incidentes em Timor-Leste, segundo confirmou o capitão Martinho da unidade da GNR de Díli.

No entanto, a pedido do primeiro-ministro Xanana Gusmão, o Parlamento timorense aprovou mais dez dias de estado de sítio, onde se prevê o recolher obrigatório entre as 20h00 da noite e seis da manhã, até dia 23 deste mês.
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