Timor: «Cultura de impunidade tem de acabar» - TVI

Timor: «Cultura de impunidade tem de acabar»

  • Portugal Diário
  • 12 fev 2008, 20:12
Estado de sítio em Timor (Lusa)

Amnistia Internacional diz que se isto não for feito «vai continuar o ciclo de violência que está a enfraquecer o país»

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A Amnistia Internacional (AI) apelou esta terça-feira ao governo timorense e à comunidade internacional para aproveitarem o momento de crise em Timor-Leste e tomarem medidas destinadas a pôr cobro à «cultura de impunidade» no país, noticia a Lusa.

Em comunicado divulgado em Lisboa, a organização de defesa dos direitos humanos, com sede em Londres, numa alusão directa ao major Alfredo Reinado, abatido a tiro por guardas da presidência timorense, diz que, se não o fizerem, «vai continuar o ciclo de violência que está a enfraquecer o país».

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A AI salienta que a chegada de novos contingentes militares e policiais a Timor-Leste e a vigência do estado de emergência decretado pelo parlamento timorense, na sequência do duplo atentado que visou o presidente José Ramos-Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão, poderá facilitar a acção.

«A AI crê que os atentados de ontem (segunda-feira) são sintomáticos do desafio mais premente do país, a criação de instituições fortes para melhorar a segurança e reforçar o Estado de Direito», lê-se no comunicado.

«As tentativas de assassínio do presidente e do primeiro-ministro são uma consequência directa do contínuo fracasso do governo e da comunidade internacional em reconstruir eficazmente os sistemas criminal e de justiça civil», sustenta.

Segundo Catherine Baber, directora do programa Ásia/Pacífico da Amnistia Internacional, Alfredo Reinado, alvo de acusações e de um procedimento criminal pelo envolvimento na violência registada em 2006, «nunca deveria ter sido mantido em liberdade, pois ameaçava a estabilidade do país».

«O governo timorense e a comunidade internacional deve entender este incidente desnecessário como uma chamada de atenção urgente para a necessidade de se fortalecerem as instituições chave do país», acrescenta Baber.

«Todos os que cometeram violações sabem que podem continuar a cometê-las sem que sejam punidos».
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