«Não fui eu que escolhi a Ota»

O ministro das Obras Públicas, Mário Lino, afirmou em entrevista publicada hoje pelo Diário Económico que Portugal está a «pagar caro» o atraso do novo aeroporto de Lisboa, exemplificando com o investimento no novo terminal da Portela.

«É evidente que, com um novo aeroporto pronto ou quase pronto, não seria preciso investir quase 350 milhões de euros neste Terminal na Portela. E continuam-se a rejeitar voos porque não existem horários disponíveis para a procura. São dois exemplos do que estamos a pagar», disse.

Mário Lino preside hoje à inauguração do terminal 2 do aeroporto de Lisboa, um investimento de 18 milhões de euros, que vai servir dois milhões de passageiros por ano e permitir que a Portela responda à procura até 2017.

O novo terminal de passageiros do aeroporto da Portela, destinado a partidas de voos domésticos com origem em Lisboa e com destino aos aeroportos de Faro, Porto, Bragança, Vila Real, Madeira e Açores, entrará em funcionamento quarta-feira, 1 de Agosto.

Mário Lino disse que já falou com o presidente da TAP, Fernando Pinto, que considerou «urgente arranjar um novo aeroporto».

O ministro das Obras Públicas referiu também que está a procurar que o atraso no novo aeroporto «não atrase muito» o TGV.

«As linhas Lisboa-Madrid e Porto-Vigo estão estudadas. Se existir uma alteração na localização no aeroporto, é evidente que terão de ser feitos ajustamentos e que tudo provoca atrasos», disse.

Ainda sobre a localização do futuro aeroporto, Mário Lino referiu que a solução Ota, por si defendida, «está muito longe de ser consensual».

«Isso [consenso] não me admira no plano técnico. O que me espanta é que não exista consenso político», esclareceu, adiantando que foi o governo do antigo primeiro-ministro Durão Barroso que «levou a Ota a Bruxelas».

«Não escolhi o aeroporto na Ota (...). Os projectos do aerporto e do comboio de alta velocidade vêm de trás. Não são exclusivamente meus ou deste Governo», acrescentou.

Entretanto, o Ministério da Defesa deu segunda-feira «luz verde» à construção do novo aeroporto de Lisboa em Alcochete, localização que está a ser estudada pelo LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil).