Festival Delta Tejo: o cuspidor de fogo e a desbunda «parapapapa» - TVI

Festival Delta Tejo: o cuspidor de fogo e a desbunda «parapapapa»

O palco secundário esteve ao rubro neste último dia do festival

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No palco secundário do último dia do Festival Delta Tejo passaram-se coisas invulgares. Um homem que engoliu fogo em vestes tribais, bailarinas quase despidas e em cenas de sexo simulado em público, MC`s com rappa de impropérios. Enfim, mas vamos por partes...




A inauguração do recinto mais pequeno do festival ficou por conta dos Cais do Sodré Funk Connection. A banda de Silk - qual herdeiro de James Brown - teve uma actuação marcante. Vestidos com fatos pretos, camisa branca e gravata, os tarantinianos saídos do filme «Cães Danados» só tiveram contra si a maioria da audiência desapaixonada pelo seu estilo. Em cima do palco, o vozeirão de Silk ao microfone foi absolutamente brutal, esforçado e merecedor de melhor resposta.

A audiência já estava, por assim dizer, a ver se era kalibrada, que é como quem diz à espera dos angolanos Kalibrados. A actuação dos MC`s foi surpreendente e imponente, com a audiência absolutamente rendida e a fazer o «barulho» que lhes pediam. Chamon a queimar na ponta dos dedos, cigarrilha enrolada - via-se também muita gente entre o público a apanhar a viagem pelo atalho mais curto.

Alexandre Pires «a gente ti ama»

Os Kalibrados tiveram uma actuação cheia de surpresas. Primeiro foram as três bailarinas a entrar em palco com calças de cabedal colado ao corpo (as primeiras da noite, vinha-se a ver!), depois apareceu um homem vestido com peles de animais a taparem-lhe as partes íntimas, como um guerreiro tribal, munido com paus em chama. Corpo oleado e com riscas pintadas, pediu um cigarro ao público e mostrou como se fuma do lado de dentro boca. Estranho? Não tanto quanto as labaredas que engoliu até as apagar.

Vídeos das actuações a não perder!

A música continuou com os Kalibrados, que acabaram de lançar o disco «Cartas na Mesa» e com a justificação de serem os primeiros MC`s com «rimas em claves de sol» e «yes we can... rap sem música». A banda foi trocando entre velhos e novos temas, sempre com muito envolvimento por parte do público, que delirava.

O final do palco secundário, também denominado Santa Casa por ser patrocinado pela Misericórdia, coube a Cidinho & Doca, dois MC`s vindos directamente dos morros das favelas do Rio de Janeiro. Diga-se que não houve santidade em cima do palco.

Com Cidinho & Doca foi a loucura, literalmente a desbunda. As duas bailarinas que actuavam com eles dançavam de forma extremamente provocante, confundindo-se a sua dança com a simulação de cenas de sexo em cima do palco. Era para saber a diferença?

Os rappers não se contentaram só com elas e pediram a raparigas e rapazes da audiência para virem «ao papai». E vieram. A música de Cidinho & Doca foi escaldante a todos os níveis, deixando a libido à solta dentro e fora do palco. A dupla é famosa pela participação na banda sonora do filme «Tropa de Elite» e pelo seu tema «Rap das Armas», também conhecido pelo refrão Parapapapa. Foi esse o ritmo, que serviu de hino à actuação, que marcou, por exemplo, rimas transformadas num desfilar de palavrões, pelo menos debaixo da bandeira irmã, deste lado do Atlântico. Mas o povo gostou. E muito.

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