Nikolaj Grandjean enamorou, mas dEUS reinou (vídeos)

O Festival Marés Vivas continua a surpreender ao terceiro e último dia. Este sábado passaram pelo palco principal Nikolaj Grandjean, dEUS, Editors e Ben Harper And Relentless7. De acordo com a organização, marcaram presença no evento cerca de vinte e cinco mil pessoas.

Por volta das 20h30 subiu ao palco Nikolaj Grandjean. Na bagagem, o músico dinamarquês trouxe o álbum «Carrying Stars». No entanto, eram ainda poucos aqueles que se encontravam no recinto para assistir ao espectáculo.

Sempre muito comunicativo, o vocalista foi divagando sobre alguns dos temas, tendo-se mostrado surpreso e também agradecido pela receptividade. Na verdade, Nikolaj Grandjean ainda não é um nome muito conhecido entre o público nacional, mas, mesmo assim, já mereceu o carinho e os aplausos da plateia que se encontrava no Cabedelo.

Temas românticos harmoniosamente enquadradados numa sonoridade fresca e pouco ritmada são a proposta do músico. «The First Picture», «Island», «Wake Up With Me» e «Story To Story» estiveram entre as escolhas de Nicolaj, cujo entusiasmo contrastava com a tranquilidade das músicas que cantava.

Para abrilhantar o espectáculo, o vocalista contou ainda com a preciosa ajuda de Christian Winther e Mikkel Lomborg. De cartola na cabeça e com um bigode, no mínimo, peculiar, este último arrancou muitos aplausos do público graças às suas participações como tenor em algumas das músicas.

Já na recta final, surgiria «Heroes & Saints», provavelmente o tema mais conhecido em terras lusas. A plateia, ainda que algo dispersa, ergueu de imediato os braços no ar e ajudou o vocalista a cantar. Os gritos do público feminino foram também eles uma constante.

A primeira actuação no palco principal terminou assim em clima de romance ao som de «Love Rocks». O vocalista despediu-se com uma espécie de «orgasmo musical».

«Marés Vivas, thank you very very very much», salientou o vocalista na hora da despedida. Terminado o espectáculo, saímos com uma leve impressão de que a banda já conquistou uma legião de fãs no nosso país.

Faltavam dez minutos para as 22 horas quando os belgas dEUS se apresentaram em cena. «Bad Timing», do álbum «Pocket Revolution», editado em 2005, foi o tema escolhido para dar início ao concerto, que começava já com muitos aplausos.

«Boa noite, Porto. Como estão? Somos os dEUS, da Bélgica», disse o vocalista, esforçando-se por falar em português, mas esquecendo-se do pormenor de que estávamos em Vila Nova de Gaia. Por esta altura, o público continuava a chegar ao recinto.

Cheios de ritmo e garra, os músicos optaram por tocar temas mais antigos, como «Fell Off The Floor, Man» e «Theme From Turnpike», que remontam ao ano de 1996, mas também apresentaram alto e bom som músicas mais recentes, como «Slow» e «The Architect», que integram o último álbum da banda, «Vantage Point», editado há dois anos.

Os gritos e aplausos no início de cada música eram uma constante. O público reconhecia os temas aos primeiros acordes - prova de que tem estado atento ao percurso da banda de rock originária da Antuérpia.

«If You Don`t Get What You Want You Gotta Let It Out», aconselham os dEUS, antes de revelarem aos fãs que estão a «preparar um novo álbum para Fevereiro». E logo se seguiu um dos momentos altos do espectáculo com «Nothing Really Ends».

Numa viagem ao álbum de estreia da banda, «Worst Case Scenario», editado em 1994, surge ainda «Morticiachair» com o público a cantar em uníssono.

Havia chegado ao fim o concerto. E Tom Barman despediu-se dos fãs com a promessa de que a banda vai voltar ao nosso país. O encore, pelo qual muitos ainda esperavam, não chegou a acontecer.

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